domingo, 24 de março de 2013

Vendilhões!


Augusto Alberto

Às mães da Praça de Maio parece-lhes que Francisco sabe mais sobre os desaparecidos às ordens da ditadura argentina, do que o poucochinho que diz. Eu, que convivi com argentinos na diáspora, soube que a ditadura tinha como habilidade predilecta encher aviões militares com resistentes e despacha-los, após um leve empurrão, para as águas do Atlântico, de altura muito considerável.

Mas se o Chico se apresenta mudo às mães da Praça de Maio, confirma-se que a CIA e o MI6 estavam informados de que não havia armas de destruição maciça no Iraque, ignorando informações recebidas, meses antes da invasão. Essas informações de nada valeram. A obstinação pela guerra derrogou a racionalidade dos factos, porque multíplices interesses económicos e geopolíticos se sobrepõem. Saddam foi morto, mas a Al-Qaeda continua medonha e as populações deixadas por sua conta e risco são as principais vítimas da falta do estado. Sangue e morte, são o único e visível saldo da guerra urdida nas Lajes de Santa Maria, Açores, não esqueçamos. É sabido que a Al-Qaeda é suportada pela monarquia saudita, que, apesar do facto, é a melhor aliada árabe das manobras que o império tece, que de parvas nada têm.
Quem viu a cerimónia da tomada de posse do Padre Chico, notou a torrente de personalidades que acorreram ao beija-mão e ao desejo de bom papado. Claríssimo, não fosse o facto de pelo Vaticano terem passado alguns dos mais desgraçados cínicos que o mundo contemporâneo conhece. Se lembro a lengalenga das armas, que suportou a destruição e a morte no Iraque, é porque nesse episódio romano, para além de Durão Barroso, que em Santa Maria alinhou na farsola e por isso já deveria ter sido condenado e posto a ferros, estiveram outros passarões, como Biden, e representantes das mais vilãs dinastias árabes, que todos os dias fazem questão de negar as mais elementares regras civilizacionais. Por isso, custa ver como debaixo dos eméritos frescos do templo de Pedro, cabem todo o tipo de vilões. Fosse sério o Vaticano, expulsava -os, tal como Cristo expulsou os vendilhões do templo. Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!
Se o Tribunal Penal Internacional é a casa onde só se julgam vencidos, o Vaticano convive com naturalidade com os vilões que comandam os comércios do petróleo e da morte.

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