Augusto Alberto
Está enganado quem julga que os
movimentos sociais nos Estados Unidos vivem em estado vegetativo. A cidade de
Detroit, há poucos dias, acordou com tremenda repressão. E numa praça de Nova
Iorque, ocorreu público apoio ao “espião” Snowden. Para quem duvida do carácter
criminoso do império, como avisou Snowden, começo por lembrar os crimes de
sangue da companhia United Fruits, a operar na América Central e Caribe, que
com a colaboração da máquina de guerra dos Estados Unidos, (a famosa 4ª
esquadra), e a sua rede de embaixadas, impôs implacáveis ditaduras, (as
repúblicas das bananas), e em 2007, já com a designação de Chiquita Brands, ao
serviço de Bush, aprontou na Colômbia a morte de dezenas de camponeses e
sindicalistas. Contudo, em Cuba, em 1959, foi expulsa, para não mais voltar.
Voilá! Esta é a espinha que apoquenta.
E no Brasil, o império deixou um rasto
de desmandos ecológicos, quando da passagem dos interesses petroleiros para a
elite brasileira. Cientes da volatilidade do assunto e desconfiados com a
agressividade dos Estados Unidos, as Forças Armadas do Brasil, adoptaram
procedimentos preventivos para o caso de haver uma intervenção militar
estrangeira na Amazónia. Refiro preocupações públicas do General Ítalo Fortes
Avena, Comandante da 8ª Região Militar, que mostram o nível de consciência
adquirida pelos militares brasileiros, quanto à cobiça que demanda sobre a Amazónia.
Sendo uma miríade de recursos que
mantêm o 1º mundo muito nervoso e constantemente a salivar, não é de admirar
que o Brasil seja um dos alvos prioritários do
sofisticado programa de espionagem do governo dos EUA, à escala mundial. Não
despreze os contributos, tanto de Snowden como de Assange, para a compreensão
da voracidade do grande capital, mas também, para o alto grau de violência,
porque quando a coisa não vai a bem, vai a mal. Contudo, a Europa, perante os
factos, primeiro, resigna-se e depois lobriga migalhas. De todo o modo, nem
toda a gente se verga. Para melhor compreensão, sugiro que leiam o poema de
Neruda, “La united fruits Co.”, e ainda, o tremendo romance de Garcia Marquez, “Cem
anos de solidão”.
O grau
de consciência individual, é a soma das experiências individuais e colectivas.
Daí que apreciar, hoje, o enorme duelo ideológico, é fundamental. As forças
progressistas asseguram pequenas vantagens, todavia, tudo é incerto, porque o
inimigo é letal. Assim, escutemos agora, o talentoso respirar do espantoso
caleidoscópio, centro e sul-americano.
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