sexta-feira, 25 de outubro de 2013

De conjunturas, obras de regime e a democracia a que temos direito

foto: Alex Campos (O "Titanic" da Ponte Galante (PSD), seguindo a avenida encontrará o famoso prédio J. Pimenta (PS), junto ao Largo do Pescador)
Pouco depois das eleições autárquicas, numa conversa tipo rescaldo, alguém me dizia que agora é que íamos ver o verdadeiro PS. Que agora, com maioria absoluta, é que íamos ver “quem são as putas e quem são os coirões”.
Nem mais. É que nem foi preciso esperar muito tempo. Aí está a primeira decisão. Democrática quanto baste.
Pode muito boa gente ficar admirada, mas a verdade é que nunca vi grande diferença entre os “xuxas” e os outros... os fascistóides, os psd’s e outros cabrões que tais.
O poder autárquico figueirense, desde o 25 de Abril, divide-se em três conjunturas: a primeira, com o PS, até 1997, em que a sua grande obra de regime foi a betonização da cidade, o que não foi uma grande performance pois coincide com o auge do pato-bravismo, emblematicamente ilustrado com o prédio J. Pimenta, em Buarcos, e eternizado num busto de Aguiar de Carvalho, na praça da Europa.
A segunda, com a vitória de Santana Lopes, inicia o ciclo PSD que se estende por 12 anos, onde, curiosamente, passando por cima de atentados à cultura como a extinção do Festival Internacional de Cinema e do Prémio Literário Joaquim Namorado, a grande obra de regime é novamente uma grande vitória do pato-bravismo: a venda dos terrenos da Ponte Galante, com o prejuízo inerente, e enorme, do erário público, e a enormidade que lá se construiu.
A terceira tem agora o segundo episódio, ou capítulo, como entenderem, que, diga-se em abono da verdade, começa bastante bem, Aliás como linquei acima.
Mas os figueirenses estão felizes: quando chove imaginam-se em Veneza, o porto pertence a Aveiro, a estação de caminho-de-ferro é tipo Coimbra C e o presidente de câmara que elegeram poderá ser deputado europeu dentro de pouco tempo, segundo se consta nos “mentideros”. Onde poderá fazer muito pela Figueira. 
Quiçá colocá-la no mapa.
Quem sabe?

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