sábado, 24 de novembro de 2007

Estatísticas pouco olímpicas (croniqueta de fim-de-semana)

Estas estatísticas podem traduzir o sucesso do neo-liberalismo, mas penso que não são lá muito abonatórias para o país que somos. É que a vida anda cada vez mais pela hora da morte, se é por via do deficit ou pelas políticas vigentes, é coisa que não sabemos. Porque esta questão do deficit é uma falsa questão. Porque o lucro dos 5 maiores grupos bancários, e de outras empresas não produtivas, somaram, em 2006, mais de 5 mil milhões de euros e têm tendência para aumentar, pois no primeiro semestre de 2007 subiram 22%. Porque o “mexilhão” é que paga impostos.
Então aí vão (as estatísticas, claro): Mais de meio milhão de portugueses desempregados, dois milhões de pobres, salários e pensões dos mais baixos da Europa, mais de 800 mil trabalhadores com contrato a prazo, o que representa 22,7% do total dos contratos, sendo uma das taxas mais elevadas da Europa, mais de um milhão de trabalhadores em situação precária, pois um em cada quatro trabalhadores é precário. Mais de metade dos jovens com menos de 25 anos navega na precariedade.
Enquanto isso, o governo vai progredindo na sua política de privatizar tudo o que mexe, encerrando serviços públicos, sejam hospitais, esquadras de polícia, postos da GNR, escolas e mais o que lhe venha à memória. Só gostava de saber quem concorrerá quando se lembrarem de privatizar o país. Marrocos e Espanha são os vizinhos mais próximos, terão vantagem?
Agora, estar contra esta situação é ser demodé? É ser antiquado? Então sou orgulhosamente demodé… Esta situação é o progresso? Então sou orgulhosamente contra o progresso…
Como diria o grande poeta e professor de História, “o país vai de carrinho”. Eu diria socraticamente de carrinho. E nós, lá vamos, cantando e…

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