Foi o fundador da secção de Halterofilismo do GCF, por volta de 1953/54. Chegou tarde à modalidade, como ele próprio conta num artigo no “Vai d’arrinca”, de 1989 (que se pode ler no site do GCF), mas mesmo assim ainda a tempo de se sagrar campeão nacional, em 1957, aos 37 anos.
Os mais atentos poderão estranhar algo esquisito no equipamento do atleta. É Talhadas Guerra, outro campeão, que explica, numa entrevista ao “Vai d’arrinca” (nº17, 1965), entrevista essa do saudoso José Martins, ginasista e nome maior do jornalismo figueirense:
“Foi em Lisboa, no segundo campeonato em que intervim. Ia acompanhado pelo José Fernandes, (…). Todos os adversários iam primorosamente equipados. Nós os dois, eu, mínimo, ele, pesado, parecíamos pai e filho. Tínhamos a aparência duma família pobre. Fatos de treino de flanela branca lembravam fantasmas em noite de trovões … Os halterofilistas, como deve saber, usam cintos especiais. Eu, nem sabia o que era isso. O Zé Fernandes, então, levava um cinto comprado à pressa no mercado cá da terra… Em vez de botas eu levava sapatilhas, o Zé utilizou os próprios sapatos que levara para Lisboa. Das camisolas, nem falar… Eram de basquetebol e tinham uns grandes algarismos na frente, com outros, muito pequeninos, na parte de trás. Não lhe digo nada! Foi uma chacota!... Mas tudo deixou de rir quando batemos os bem equipadinhos por larga margem e abalámos para a Figueira com os títulos nacionais…Bons tempos!...”
Quer dizer, para estes senhores, competir poderia ser e era muito importante. Ganhar é que é muito mais saboroso e engraçado. Mas bons tempos, sim senhor.
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