Pintor de vastos recursos, desenhador excelentíssimo. Poucos, mas alguns, contactos com a escultura. Possivelmente um dos melhores cartoonistas da actualidade, o que poderá ser comprovado diariamente no blog Outra Margem. Ou desmentido, embora muito difícil, na minha modesta opinião, e alego como testemunha, o cartoonista do La Vanguardia, de Barcelona, Kap.
Agora num plano geral: A pintura de Fernando Campos pode ser encontrada (e adquirida, já agora) no seu próprio blog, O sítio dos desenhos, que não trata só de pintura, até porque nem só de pintura vive o homem. Mas aí a sua pintura pode ser olhada, vista, apreciada, admirada, detestada, odiada, tudo. Bem, nem tudo. O que se não consegue mesmo, perante ela, é indiferença.
Vamos a ela, então. À pintura. Influências e referências aos clássicos e aos grandes nomes do século XX, aquelas assumidas, estas aparecendo-nos quer em jeito de homenagem, quer numa recriação de processos, de conteúdo e forma, surpreendentemente originais.
Em especial as naturezas mortas.
Natural de Angola, as cores do mundo tradicional africano, bem como a própria estatuária, nota-se em obras como ”Os meninos do Huambo”, “Crucificação” ou “Crucificado”.
Mas passemos a palavra a entendidos. Sobre ele escreveu António Menano:
(…) “Diz não ao fácil, ao imediato, ao vulgar, mesmo ao comercial. Não pactua com o “gosto” aquisitivo mais interessado em decorar as paredes da casa, da empresa, ou do comércio, do que em compreender ser a arte mais do que cópia do real, ou o “bonito”, de que Picasso tanto fugia a sete pés”.(…)
(…) Não estamos perante uma pintura de fácil adesão. Não encontraremos nos trabalhos de Fernando Campos artifícios, ou a fácil “cópia”. A sua posição é feita da harmonia entre a experiência e a técnica, ambas procurando transgredir, mas sem deixar de estabelecer a relação entre a emoção, e a mais fria racionalidade”.(…)
2 comentários:
Um enorme abraço para ambos. E um até um dia destes. do
Grande artista, sim senhor!
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