segunda-feira, 30 de junho de 2008
Afinal, não são sempre do contra...
domingo, 29 de junho de 2008
Arriverdeci, Scolari (croniqueta de fim-de-semana)
Mas terá acrescentado algo de muito positivo ao ponto de se considerar a melhor fase de sempre da equipa das quinas? Analisando os resultados, penso que não.
Nos dois campeonatos da Europa logo anteriores à sua vinda convenhamos que os resultados foram idênticos. O treinador campeão do mundo conseguiu não vencer uma final, em casa, frente a uma equipa de segundo plano, depois de ter feito o mais difícil, isto é, chegar ao derradeiro jogo. E, possivelmente, se lá chegou foi muito devido ao factor casa, pois noutras circunstâncias o golo anulado à Inglaterra nunca o teria sido. Comparando, no Euro anterior, em 2000, Portugal foi eliminado na meia-final num jogo em que a vitória poderia ter pendido para qualquer dos lados, com a nuance do adversário ser o campeão do mundo em título e se ter consagrado vencedor depois de, na final, conseguir vulgarizar e humilhar os sempre difíceis italianos. Claro que tinham uma equipa de sonho.
Este ano Portugal ficou pelos quartos-de-final, após ter sido batido pelos gélidos alemães, muito mais por culpa própria do que pelo talento e mérito da mannschaft. Em 1996 também deu quartos-de-final, com o inesquecível chapéu de Poborski. Portanto, resultados idênticos, só que antes não havia os melhores jogadores do mundo nem a equipa mais cara.
Pronto, está bem, ficamos em quarto lugar num mundial. Mas também já tínhamos um 3º, conseguido no país da equipa vencedora e depois de incidentes adversos, como se sabe. Em 1966 o certame foi feito à medida para dar a vitória aos organizadores. Aliás penso que é o único troféu internacional que eles têm.
Agora, de positivo Scolari trouxe uma maior proximidade dos adeptos à selecção, tornou-a mais mediática. Trouxe aquela novidade, o burlesco folclore das bandeirinhas espalhadas por tudo o que é sítio, o que teve, digamos em abono da verdade, um certo peso na economia, pois nunca em tempo algum se houvera comercializado tanto pano, muitos dos quais vinham com pagodes em vez de castelos. A ideia original das bandeirinhas nem foi do treinador brasileiro, foi do professor das homilias dominicais.
Acontece que este mediatismo todo, esta importância desmesurada atribuída aos eleitos, terá provocado resultados nefastos. Estoirou-lhes com o ego, tanto que a preocupação de alguns deles, a julgar pelas notícias diárias nos jornais e televisões, era arrasar os contratos que tinham assinado, penso que em consciência, com as suas equipas para partir para outras com contratos do outro mundo, fabulosos. Iam fazendo pela vidinha, o que é incompatível com a representação de uma selecção. Mas Scolari também fez. Pela sua vidinha e pela vidinha do seu novo patrão. Viu-se que Bosingwa não estava lá, mas jogou. Sabe-se que Ferreira não estava rotinado a lateral esquerdo, mas esteve lá. Ricardo irá para o Chelsea? Isso já não interessa.
Porque sempre julguei, e sempre tive essa convicção, que representar uma selecção era um objectivo por si só. É o que se passa nas outras selecções, seja de futebol seja de outras modalidades, estou a lembrar-me do seleccionado de rugby, os Lobos. Os quais não tivemos oportunidade de ver em canal aberto.
Considero a selecção portuguesa uma das mais fortes do mundo, pelo menos tecnicamente. Evidente, nem sequer treinador de bancada sou. Mas que faltou empenho onde sobraram preocupações, será inegável. Apesar dos dois golos marcados à Alemanha. Também os turcos os marcaram, com uma equipa de recurso. Também os croatas marcaram, e ganharam.
César Menotti, campeão do mundo pela Argentina em 1978, viu assim a equipa portuguesa: “Este Portugal joga como lhe sai. Não se trata de tentar programar a acção, que a organização seja concebida para obedecer a uma programação, mas ao menos utilizar uma certa estratégia para entender o jogo. Por momentos passam a bola uns para os outros sem saber porquê e, por momentos, com superioridade numérica, rematam à baliza de posições insólitas ou lateralizam e cruzam para quem quer que seja. Assim, tudo é mais difícil”.
Venha daí um seleccionador português, já.
sábado, 28 de junho de 2008
Dripping
O senhor da foto não entendia nada disso.
E, pelos vistos, o pintor Fernando Campos também não.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Bernardino Araújo (Boxe e Kickboxing)
quinta-feira, 26 de junho de 2008
segunda-feira, 23 de junho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Estes jornais!...
Estes jornais!...
Harold Pinter (II) - 4 poemas de guerra
Os Ianques e as suas blindadas paradas
Entoando as suas baladas de alegria
A galope pelo vasto mundo
Louvando o Deus da América.
As sarjetas estão entupidas de mortos
Dos que não puderam alistar-se
Dos outros que se recusam a cantar
Dos que estão a perder a voz
Dos que esqueceram a música.
Os cavaleiros têm chicotes que ferem.
A tua cabeça rola para a areia
A tua cabeça é uma poça no lixo
A tua cabeça é uma nódoa no pó
Os teus olhos apagaram-se e o teu nariz
Fareja apenas o fedor dos mortos
E todo o ar morto está vivo
Com o cheiro do Deus da América.
Janeiro 2003
Futebol Americano
Uma relexão sobre a guerra do golfo
Aleluia!
Funciona.
Rebentámos-lhes com aquela merda toda.
Rebentámos-lhes com a merda pelo cu acima
Até lhes sair pela porra das orelhas.
Funciona.
Rebentámos-lhes até com a merda.
Eles sufocaram na própria merda!
Aleluia.
O Senhor seja louvado por todas as coisas boas.
Desfizemos aquela porra toda em merda.
Estão a comê-la,
O Senhor seja louvado por todas as coisas boas.
Rebentámos-lhes os tomates em estilhaços de pó,
Na porra de estilhaços de pó.
Conseguimos.
Agora quero que venhas aqui e me beijes
na boca.
Agosto 1991
Não há por onde fugir.
Os grandes caralhos andam aí.
Irão foder o que lhes vier pela frente.
Ponham- se a pau.
Março 2003
Morte
Onde foi o corpo morto encontrado?
Quem encontrou o corpo morto?
Estava morto o corpo quando foi encontrado?
Como foi o corpo morto encontrado?
Quem era o corpo morto?
Quem era o pai ou filha ou irmão
Ou tio ou irmã ou mãe ou filho
Do corpo morto e abandonado?
Estava morto o corpo quando foi abandonado?
O corpo foi abandonado?
Por quem foi ele abandonado?
Estava o corpo morto nu ou vestido para viagem?
O que te fez declarar morto o corpo morto?
Declaraste o corpo morto?
Conhecias bem o corpo morto?
Como soubeste que o corpo morto estava morto?
Será que levaste o corpo morto
Será que cerraste ambos os olhos
Será que enterraste o corpo
Será que o deixaste abandonado
Será que beijaste o corpo morto
Harold Pinter (I)
Escreveu 29 peças, muitas das quais adaptadas ao cinema, e nas suas influências contam-se Beckett, Buñuel, Kafka, Shakespeare ou mesmo o surrealismo. É da sua autoria a adaptação ao cinema, em 1981, do romance de John Fowles, “A amante do tenente francês”.
Activista político, forte crítico das políticas belicistas de Bush e Blair, opôs-se radicalmente à invasão do Iraque, o que lhe valeu uma forte oposição na atribuição do Nobel. Manifestou-se também contra o bombardeamento de civis pela Nato, na Sérvia.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Dommage...
De plaines en forêts de vallons en collines
Du printemps qui va naître à tes mortes saisons
De ce que j'ai vécu à ce que j'imagine
Je n'en finirais pas d'écrire ta chanson
Ma France
Au grand soleil d'été qui courbe la Provence
Des genêts de Bretagne aux bruyères d'Ardèche
Quelque chose dans l'air a cette transparence
Et ce goût du bonheur qui rend ma lèvre sèche
Ma France
Cet air de liberté au-delà des frontières
Aux peuples étrangers qui donnaient le vertige
Et dont vous usurpez aujourd'hui le prestige
Elle répond toujours du nom de Robespierre
Ma France
Celle du vieil Hugo tonnant de son exil
Des enfants de cinq ans travaillant dans les mines
Celle qui construisit de ses mains vos usines
Celle dont monsieur Thiers a dit qu'on la fusille
Ma France
Picasso tient le monde au bout de sa palette
Des lèvres d'Éluard s'envolent des colombes
Ils n'en finissent pas tes artistes prophètes
De dire qu'il est temps que le malheur succombe
Ma France
Leurs voix se multiplient à n'en plus faire qu'une
Celle qui paie toujours vos crimes vos erreurs
En remplissant l'histoire et ses fosses communes
Que je chante à jamais celle des travailleurs
Ma France
Celle qui ne possède en or que ses nuits blanches
Pour la lutte obstinée de ce temps quotidien
Du journal que l'on vend le matin d'un dimanche
A l'affiche qu'on colle au mur du lendemain
Ma France
Qu'elle monte des mines descende des collines
Celle qui chante en moi la belle la rebelle
Elle tient l'avenir, serré dans ses mains fines
Celle de trente-six à soixante-huit chandelles
Ma France
segunda-feira, 16 de junho de 2008
domingo, 15 de junho de 2008
Torneio S. Julião (Halterofilismo)
sexta-feira, 13 de junho de 2008
As minhas prendas
A primeira foi o “NÃO” dos irlandeses ao famigerado Tratado de Lisboa. Ainda que por portas travessas escreveu-se direito. Podem dizer que foi uma vitória de uma minoria, mas não posso esconder que tenho inveja, neste momento, dos irlandeses: tiveram uma hipótese de se manifestarem sobre um tratado em que os outros povos europeus não foram perdidos nem achados, pois esse tratado de treta foi-lhes simplesmente imposto. Assim, água vai, e pronto. Poder-se-à argumentar que a possibilidade do referendo foi um lapso das autoridades irlandesas, pois não aconteceu nos outros países da Europa. Quer dizer, aconteceu em França, mas como esta democracia tem características muito específicas, e é seu apanágio, referendos são só quando temos a certeza que ganhamos. No caso de dúvida, dá-se a volta, aprova-se e está aprovado.
A outra prenda foi a não exclusão do F. C. Porto da Liga dos Campeões. Porque o que motivou essa exclusão é por demais conhecido, não vale a pena estar aqui com considerandos. Mas mais uma vez assistiu-se a uma vitória de uma minoria, pelos vistos há aqui qualquer coisa que começa a carburar mal. Como se sabe, seis milhões de portugueses estavam, desesperadamente, à espera do castigo dos “dragões”. Os outros quatro milhões, somos dez, não?, ganharam. A minoria, portanto. Mas uma minoria que representa em boa verdade os interesses do país futebolístico, como se sabe o F. C. Porto é a melhor equipa portuguesa e a que nos dá melhores garantias de um bom desempenho na Europa do pontapé no coiro. Defender que a equipa da “Invicta” deveria ser castigada é uma opção anti-patriótica.
Chega de darmos tiros nos pés em nome de interesses mesquinhos, privados e nebulosos.
VIVA A IRLANDA. VIVA O F. C. PORTO.
Álvaro Cunhal, 10/09/1913 - 13/06/2005
(Revista Expresso, 11/03/2000, entrevista de Maria João Avilez)
“Distingo a convicção da fé. A fé é a crença em qualquer coisa que não está provada, em termos objectivos. Qualquer coisa que não se viu mas em que se acredita. A convicção não. A convicção resulta da observação com verdade dos factos, dos acontecimentos da vida. Eu não tenho fé. Tenho convicção, que é uma coisa diferente.
A convicção não seria convicção – e seria fé – se não houvesse espaço para as dúvidas.”
(Público, 17/04/1996, entrevista de Ana Sousa Dias)
“Arte é liberdade. É imaginação, fantasia, é descoberta e é sonho. É criação e recriação da beleza pelo ser humano e não apenas recriação da beleza que o ser humano considera descobrir na realidade que o cerca”.
(“A Arte, o Artista e a Sociedade”, 1996)
(Diário de Notícias, 20 de Maio de 1998)
“A cultura física e o desporto devem ser, não o privilégio de uma classe ou de uma elite, mas parte integrante da forma de viver de um povo. Devem ser, não motivo de confronto, rivalidade e até violência, mas estímulo de aproximação, entendimento, convívio e amizade”.
(“Os chamados governos de iniciativa presidencial – II”, 1980)
Cinco dias, cinco noites
Mas, quando o sol começou a aproximar-se do horizonte, e os vales se diluíram em penumbras, e os cabeços e rebolos estenderam as sombras, e o ar começou a pesar de humidade e frio, então, sobranceira, a serra ganhou subitamente nova grandeza, como que olhando os intrusos com hostilidade.”
“No escuro da noite, o clarão vermelho e baço da lanterna dançava à frente de André, rés à terra, enigmaticamente suspenso no ar, num vaivém cadenciado e brando. Iluminava debilmente as calças e as botas do homem, que pareciam mover-se sem corpo.”
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Shell 4- (Remo)
terça-feira, 10 de junho de 2008
"Como tu, junto ao Ganges sussurrante"
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Com que os Deuses no Olimpo conquistara;
Depois vim a chorar porque cantara,
E agora choro já, porque chorei.
Se cuido nas passadas que já dei,
Custa-me esta lembrança só tão cara,
Que a dor de ver as mágoas que passara,
Tenho pela mor mágoa que passei.
Pois logo, se está claro que um tormento
Dá causa que outro na alma se acrescente,
Já nunca posso ter contentamento.
Mas esta fantasia se me mente?
Oh! ocioso e cego pensamento!
Ainda eu imagino em ser contente!
sábado, 7 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Manuel Alegre solidário!
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Ele há coisas do arco da velha!!!!!!!!!!!!
terça-feira, 3 de junho de 2008
O Euro está no papo!!!
Isto apesar dos gregos não serem aquela equipa coitadinha que ganhou o último europeu sem saber ler nem escrever, aliás como toda a gente ficou, erradamente, convencida.
Não. Os gregos são um forte oponente da equipa das quinas, como se pode ver nesta final arrebatada aos sempre fortíssimos germânicos. Sem espinhas, qual sorte, qual carapuça.