Chegada ao fim a republicação destas histórias, escritas e publicadas no semanário “Barca Nova” em 1980, poucos anos após o 25 de Abril, portanto com a memória ainda viva do que foi a exploração desmedida daqueles tempos, com a memória ainda viva do que eram as condições de vida e de trabalho, cabe-me dizer umas palavras.
A primeira é de agradecimento a Augusto Alberto, por ter anuído à sua republicação. Porque, para além do interesse jornalístico que tiveram à época, impõe-se dizer que elas têm, e continuarão a ter, interesse histórico.
Os protagonistas das histórias já não existem. Augusto Alberto conseguiu ainda falar com alguns. Deixou testemunhos vivos de quem viveu e trabalhou naqueles tempos. De quem lidou, diariamente com o sofrimento, com a dor, ampliados pela violência fascista.
Desde a publicação das histórias já cresceram várias gerações. Que muito naturalmente não fazem a mínima ideia de como se sobrevivia naqueles tempos. Que muito naturalmente pensarão serem tempos impossíveis. Mas não, foram mesmo possíveis e reais. Que muito naturalmente nem sabem nem sonham que por ali, naquele lugar muito visitado, onde se passeia, se caminha, se corre ou se anda de bicicleta, existiram as referidas minas.
Como escreveu Augusto Alberto “dá jeito que essa gente saiba que por ali também gente, pelo menos há meio século, sofreu e amargou para viver”.
E pronto. Resta acrescentar, e divulgar, que estas histórias vão ainda ter mais uma utilidade. Em nome da cultura, da literatura, da memória futura: a partir delas o autor está já a trabalhar num romance. E, para finalizar, deixar aqui votos para que o talento revelado pelo escriba na crónica se manifeste também na ficção.
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