Augusto Alberto
Como muito bem lembra esta "aldeia olímpica", em 11 de Setembro comemora-se duas datas absolutamente fatídicas.
O primeiro 11 de Setembro foi em 1973 e hoje de um modo geral é muito pouco conhecido e recordado. O segundo foi só há 8 anos. Do primeiro, no Chile, as imagens que nos chegam de modo escasso, violentas, da metralha sobre o palácio de Allende, são do ponto de vista fílmico, cinzentas e muito distantes e mesmo a tradução do golpe para filme, “Chove em Santiago”, foram, anos mais tarde, muito discutíveis. As de 2001, de Nova Yorque, são desse ponto de vista mais mediáticas e apelativas.
De qualquer modo, o 11 de Setembro de 1973 consubstanciou um severo golpe, sobre um momento democrático, no quintal mais a sul do grande amigo do norte, que enviou até ao Chile os melhores dos seus quadros diplomáticos e da espionagem, com a missão de abortar aquele despautério, que se jogou a votos. Os tempos não estavam para coisas temerárias, que poderia induzir novos atrevimentos e subtrair à esfera de influência dos americanos, terrenos desde há muito seus. As grandes empresas com centro em Nova Yorque, como a grande United Fruits, verdadeira usurpadora dos melhores terrenos da América Central e do Sul, do gaz, do cobre, do petróleo, e por ai adiante, não se poderiam colocar a jeito.
Mas a questão é que o golpe sobre a experiência democrática no Chile, sendo um claro e severo aviso, não matou em definitivo vontades, e passados muitos anos sobre esse dia, de momento a correlação de forças está a colocar nessa área grandes mudanças. Desde logo quanto à soberania dos espaços e riquezas. É evidente que o amigo do norte, meio zonzo com o que se passa a oriente, onde se meteu de olhos fechados e que o 11 de Setembro de 2001 parece que caucionou, e de resultado incerto, aliás, como sempre, foi apanhado um pouco com as calças na mão e aquilo que lhe era certo, está a ficar de momento também incerto. Por toda a região da América do sul, movimentos sociais antagónicos enfrentam-se, às vezes de modo muito violento, porque aqueles povos procuram a sua própria identidade. Nada pode ser dado como adquirido. Mas sabemos, por ora, que a luta é severa e que por exemplo na Venezuela, com todas as contradições, o nível de pobreza baixou acima de 25%. Evidentemente o império vai lutar para não dar por perdido o que era seu e prepara-se para fazer da Colômbia um enorme porta-aviões, para a partir dai, começar a castigar os que como no Chile de 1973, tentaram a emancipação. Não é por acaso que, estando nós no século XXI, nas Honduras se tenta parar o cadinho da história.
Mas esse golpe de 73 no Chile, deixou sequelas, porque atrasou a história e o exemplo muito claro é o que se passa exactamente hoje, no final da primeira década deste século, num dos quintais do sul. Falo da Guatemala, país meio distante e mal sabido a muitos democratas. Ficamos a saber, pela voz em desespero do seu presidente que se morre a sul do império, porque 15 das 22 regiões do País estão condenadas à morte pela fome, se rapidamente não chegar socorro. 44% das crianças do país sofrem de desnutrição e números por alto falam em centenas de mortes. Lugar privilegiado neste drama, como é hábito, está a ser ocupado pelas crianças.
Já em 1953 a Guatemala sofreu da política da canhoneira, quando intentou recuperar terrenos, que a United Fruits considerava, então, como seus.
Ora aqui está, sim senhor. Cuidemos-nos porque fundamentalismos de vários tipos vão fazer passar a humanidade por novas provações, para que um punhado viva ocupado com as suas loucuras e orgias.
Como muito bem lembra esta "aldeia olímpica", em 11 de Setembro comemora-se duas datas absolutamente fatídicas.
O primeiro 11 de Setembro foi em 1973 e hoje de um modo geral é muito pouco conhecido e recordado. O segundo foi só há 8 anos. Do primeiro, no Chile, as imagens que nos chegam de modo escasso, violentas, da metralha sobre o palácio de Allende, são do ponto de vista fílmico, cinzentas e muito distantes e mesmo a tradução do golpe para filme, “Chove em Santiago”, foram, anos mais tarde, muito discutíveis. As de 2001, de Nova Yorque, são desse ponto de vista mais mediáticas e apelativas.
De qualquer modo, o 11 de Setembro de 1973 consubstanciou um severo golpe, sobre um momento democrático, no quintal mais a sul do grande amigo do norte, que enviou até ao Chile os melhores dos seus quadros diplomáticos e da espionagem, com a missão de abortar aquele despautério, que se jogou a votos. Os tempos não estavam para coisas temerárias, que poderia induzir novos atrevimentos e subtrair à esfera de influência dos americanos, terrenos desde há muito seus. As grandes empresas com centro em Nova Yorque, como a grande United Fruits, verdadeira usurpadora dos melhores terrenos da América Central e do Sul, do gaz, do cobre, do petróleo, e por ai adiante, não se poderiam colocar a jeito.
Mas a questão é que o golpe sobre a experiência democrática no Chile, sendo um claro e severo aviso, não matou em definitivo vontades, e passados muitos anos sobre esse dia, de momento a correlação de forças está a colocar nessa área grandes mudanças. Desde logo quanto à soberania dos espaços e riquezas. É evidente que o amigo do norte, meio zonzo com o que se passa a oriente, onde se meteu de olhos fechados e que o 11 de Setembro de 2001 parece que caucionou, e de resultado incerto, aliás, como sempre, foi apanhado um pouco com as calças na mão e aquilo que lhe era certo, está a ficar de momento também incerto. Por toda a região da América do sul, movimentos sociais antagónicos enfrentam-se, às vezes de modo muito violento, porque aqueles povos procuram a sua própria identidade. Nada pode ser dado como adquirido. Mas sabemos, por ora, que a luta é severa e que por exemplo na Venezuela, com todas as contradições, o nível de pobreza baixou acima de 25%. Evidentemente o império vai lutar para não dar por perdido o que era seu e prepara-se para fazer da Colômbia um enorme porta-aviões, para a partir dai, começar a castigar os que como no Chile de 1973, tentaram a emancipação. Não é por acaso que, estando nós no século XXI, nas Honduras se tenta parar o cadinho da história.
Mas esse golpe de 73 no Chile, deixou sequelas, porque atrasou a história e o exemplo muito claro é o que se passa exactamente hoje, no final da primeira década deste século, num dos quintais do sul. Falo da Guatemala, país meio distante e mal sabido a muitos democratas. Ficamos a saber, pela voz em desespero do seu presidente que se morre a sul do império, porque 15 das 22 regiões do País estão condenadas à morte pela fome, se rapidamente não chegar socorro. 44% das crianças do país sofrem de desnutrição e números por alto falam em centenas de mortes. Lugar privilegiado neste drama, como é hábito, está a ser ocupado pelas crianças.
Já em 1953 a Guatemala sofreu da política da canhoneira, quando intentou recuperar terrenos, que a United Fruits considerava, então, como seus.
Ora aqui está, sim senhor. Cuidemos-nos porque fundamentalismos de vários tipos vão fazer passar a humanidade por novas provações, para que um punhado viva ocupado com as suas loucuras e orgias.
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