quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cuba, Hemingway e Obama



Pela 18ª vez consecutiva a ONU aprovou, na passada semana, uma resolução para por fim ao anacrónico bloqueio que há perto de 50 anos os EUA impõem a Cuba. Foram 187 países que votaram a favor, mais dois do que em 2008. Votos contra foram 3 (EUA, Israel e Palau) e 2 abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia).
Esta votação, se não houvesse excesso de hipocrisia por parte de governos ditos democráticos, marcaria, sem dúvida, o isolamento dos EUA no concerto das nações. Marcaria já há uns anos a esta parte, pois as votações são sempre idênticas.
Mas desta vez há algo de novo, ainda que a luta contra o bloqueio tenha que continuar. Novo não para o povo cubano, nem para resto da humanidade com ele solidário. Mas para o presidente Obama: sempre tem uma oportunidade para provar que merece o Prémio Nobel da Paz. Até que é fácil: basta respeitar a votação da ONU. Mas ele não está preocupado com isso.
Entretanto, Cuba doou à Biblioteca Presidencial John F. Kennedy, de Boston, cerca de 3000 cartas e documentos dos Arquivos de Ernest Hemingway pertencentes ao Museu Finca Vigia, onde viveu o escritor.
Hemingway viveu em Cuba ente 1939 e 1960. Entre os documentos encontram-se as provas corrigidas de “O velho e o mar” e um final alternativo para “Por quem dobram os sinos”. E correspondência com Robert Capa, Marlene Dietrich ou Ingrid Bergman.

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

Sobre esse período da vida do grande escritor, vale a pena ler o excelente «Hemingway en Cuba», de Norberto Fuentes.

Um abraço.