Augusto Alberto
A TV tem destas coisas. No meio do chorrilho, de quando em vez, lá nos dá um breve momento de interesse. Foi o caso, em directo, ao vivo e para o mundo, da arruaça no palacete do Banco Privado Português, na zona da Foz, na cidade invicta. Aquele grupo de gente, que se diz roubada, deu desta feita áspero trabalho à polícia, que teve de dar uma imagem do “estado policiado” e por conseguinte, de usar do músculo e da pimentinha, para correr com gente que só quer o que legitimamente é seu. Ou muito me engano, ou ainda ali vai haver trolaró do grosso.
Acredito que muitos tenham trabalhado uma vida inteira, de modo honesto, para mais tarde terem um razoável suporte, como nos disse uma senhora: - "tenho aqui uma vida de trabalho, que desejo deixar para as minhas filhas e agora estou a ver as coisas muito difíceis". Ou como disse um outro senhor, já com alguma idade, até para ter juízo: - "eu sou socialista e até arranjei uns cobres para o Partido Socialista, mas agora o senhor primeiro ministro…" e acabou, porque a repórter retirou-lhe o microfone. Mas a gente adivinha-lhe a vontade.
Confesso que de massas e de bancos sou pouco sabido, mas percebo que aquela gente ande aos papéis e não me custa nada crer que o senhor que os vigarizou volte diariamente, com automóvel, chauffer e glamour, ao lugar de sempre. Ao Guincho.
Mas também não me devo enganar se disser que esta gente, que vai vendo o seu dinheiro em marcha lenta, entre Lisboa/Guincho/Lisboa, está a ter também o seu momento de ajuste com a vida. Porque acredito que os trabalhadores, que em consciência e de pleno direito nunca se furtaram ao protesto na rua, sempre lhes tenham parecido uns madraços. Mas agora, são eles a beber do democrático fel, e por isso, coube-lhe a vez de passarem, em directo e em exclusivo, ao protesto na rua, e mais, na ocupação dessa coisa sagrada, o espaço privado. Pois é!
Este mundo, que muitos vão escolhendo, tem destes jogos e por isso, é mesmo assim. Contudo, eu duvido que tenham aprendido grande coisa sobre o mundo e alguns homens, porque sempre foram crentes que a distribuição de umas tantas migalhas faria uma sociedade sã, ao mesmo tempo que julgaram, que desse modo, a democracia e o respeito, eram matéria definitivamente consolidada. Mas a democracia ainda não é bem esta coisa. Por isso, virão novos democráticos capítulos que nos dirão que os grandes amigos maçons, com ar seráfico de ratos de igreja, refocilgam e vão engordando, com cama e mesa posta, para os lados do Guincho.
Quem diria que, volta e meia, alguns meninos da classe média também são gozados!
A TV tem destas coisas. No meio do chorrilho, de quando em vez, lá nos dá um breve momento de interesse. Foi o caso, em directo, ao vivo e para o mundo, da arruaça no palacete do Banco Privado Português, na zona da Foz, na cidade invicta. Aquele grupo de gente, que se diz roubada, deu desta feita áspero trabalho à polícia, que teve de dar uma imagem do “estado policiado” e por conseguinte, de usar do músculo e da pimentinha, para correr com gente que só quer o que legitimamente é seu. Ou muito me engano, ou ainda ali vai haver trolaró do grosso.
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Acredito que muitos tenham trabalhado uma vida inteira, de modo honesto, para mais tarde terem um razoável suporte, como nos disse uma senhora: - "tenho aqui uma vida de trabalho, que desejo deixar para as minhas filhas e agora estou a ver as coisas muito difíceis". Ou como disse um outro senhor, já com alguma idade, até para ter juízo: - "eu sou socialista e até arranjei uns cobres para o Partido Socialista, mas agora o senhor primeiro ministro…" e acabou, porque a repórter retirou-lhe o microfone. Mas a gente adivinha-lhe a vontade.
Confesso que de massas e de bancos sou pouco sabido, mas percebo que aquela gente ande aos papéis e não me custa nada crer que o senhor que os vigarizou volte diariamente, com automóvel, chauffer e glamour, ao lugar de sempre. Ao Guincho.
Mas também não me devo enganar se disser que esta gente, que vai vendo o seu dinheiro em marcha lenta, entre Lisboa/Guincho/Lisboa, está a ter também o seu momento de ajuste com a vida. Porque acredito que os trabalhadores, que em consciência e de pleno direito nunca se furtaram ao protesto na rua, sempre lhes tenham parecido uns madraços. Mas agora, são eles a beber do democrático fel, e por isso, coube-lhe a vez de passarem, em directo e em exclusivo, ao protesto na rua, e mais, na ocupação dessa coisa sagrada, o espaço privado. Pois é!
Este mundo, que muitos vão escolhendo, tem destes jogos e por isso, é mesmo assim. Contudo, eu duvido que tenham aprendido grande coisa sobre o mundo e alguns homens, porque sempre foram crentes que a distribuição de umas tantas migalhas faria uma sociedade sã, ao mesmo tempo que julgaram, que desse modo, a democracia e o respeito, eram matéria definitivamente consolidada. Mas a democracia ainda não é bem esta coisa. Por isso, virão novos democráticos capítulos que nos dirão que os grandes amigos maçons, com ar seráfico de ratos de igreja, refocilgam e vão engordando, com cama e mesa posta, para os lados do Guincho.
Quem diria que, volta e meia, alguns meninos da classe média também são gozados!
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