sábado, 19 de abril de 2008

Sociedade União Operária – um projecto

Dezoito anos é tempo suficiente para repararmos na teimosia do prof. Fonseca Antunes em fazer omeletas sem ovos. Bem, sem ovos não é bem assim, que eles vão aparecendo, mas decididamente sem frigideira (leia-se pista de atletismo).
Basta ver as fotografias da rubrica Dia de Treino, para apreciarmos as condições actuais, e desde sempre, na Figueira, para a prática de atletismo. Claro que com uma pista mais ou menos decente para treinos o próprio campo de recrutamento seria outro, e outros seriam os resultados e níveis de competição, embora os atingidos não sejam, muito longe disso, de desprezar.
Cabe aqui uma palavra de apreço para a colectividade dos Vais, quase centenária, a Sociedade União Operária, que com grandes dificuldades e sem grandes apoios, tem mantido este projecto.
Estamos a falar de uma modalidade que apurou, até hoje, para os Jogos de Pequim 23 de um total de 54 atletas, num conjunto de 11 modalidades.
No distrito de Coimbra existe uma única pista de atletismo, precisamente na capital de distrito. Haverá, não posso afirmar, distritos sem uma única. Em contraponto, poderemos imaginar quantos campos de futebol ou pavilhões de basquetebol existem no país?
Mas seja em campeonatos do mundo, europeus, olimpíadas, é o atletismo que nos faz vibrar e termos orgulho em nós próprios, com mais uma ou outra excepção, bem entendido.









O prof. Fonseca Antunes faz uma pequena radiografia do momento actual do Atletismo na SUO

Na 18ª época do Atletismo, a colectividade conta com um conjunto de 25 atletas, enquadrados tecnicamente por 3 técnicos.
É um projecto assente essencialmente no sector masculino, com um verdadeiro poker composto por:
Luís Cardoso, infantil, lançador mas com bons resultados na velocidade e provas combinadas. É o líder nacional no lançamento do martelo e disco.
Pedro Ferreira, iniciado, saltador, especialista na altura, comprimento e triplo. No triplo salto é recordista nacional em pista coberta.
Pedro Mossamedes, juvenil, saltador e atleta de provas combinadas. Internacional, multi-recordista nacional e atleta com estatuto de alta competição.
Daniel Gregório, fundista, especialista com diversos títulos nacionais.
Assim, trata-se de um grupo, de infantis a veteranos, com medalhados em todos os escalões.
E o sector feminino? Mais do que crise de valores há crise de estruturas dignas para o treino, e apoio ao desporto, com reflexos especialmente no sector feminino.
Quanto a projectos futuros, diga-se que o futuro começa em 2008, o ano da viragem. Abrimos uma secção de halterofilismo e criamos condições de treino do salto em altura na sede. Deste modo, levamos o atletismo à sede da colectividade.
O que realmente falta é uma pista, balneários e, especialmente, boa vontade. Os atletas com estatuto de alta competição são de interesse nacional. A grande surpresa é que a autarquia local não se interessa nada com eles.

2 comentários:

Anónimo disse...

O mínimo que a Figueira devia fazer era oferecer uma pista a estes tipos

Anónimo disse...

O Estádio José Bento Pessoa não tem uma pista de atletismo?