segunda-feira, 5 de abril de 2010

Passem bem

Augusto Alberto (texto e foto)


Fico muito contente pelo facto do meu último texto publicado neste “aldeia olímpica” justificar enorme discussão. Quer isto dizer que me aposentei mas não me reformei das ideias e do debate. É de tal monta a discussão, que o meu amigo Chana, editor deste singelo blog, veio pelas ilhargas, meter também a colher. E fez muito bem.
Quero começar por dizer que o anticomunismo e a ingenuidade, a real e a aparente, são coisas bem legítimas, mas a desconsideração histórica é um facto lamentável. Então voltemos ao assunto, para que não se julgue que somos todos parvos.
O citado Posada Carriles, um terrorista retorcido, é um cubano natural da província de Cienfuegos e um colaborador de Batista. Razão bastante para se tornar um empedernido anti cubano. Trabalhou para a CIA durante continuados anos e foi homem de enormes tropelias. Uma dessas, no citado 11 de Maio de 1976, com um seu amigo de nome Orlando Bosch, hoje hospede dos Estados Unidos, e debaixo da orientação de venezuelanos, foi responsável pelo abate de um avião DC-8, que pouco minutos após ter levantado do aeroporto dos Barbados, explodiu em pleno ar, ceifando a vida a 73 jovens. Demoraram esses dois terroristas no regresso à embaixada dos Estados Unidos, o tempo que mediou entre o levantar voo e a fatídica explosão.
Foi preso na Venezuela e fugiu, por entre fechaduras, para os Estados Unidos, onde realizou brilhantes tropelias. Umas delas, o assassinato por exemplo, do chanceler chileno Orlando Letellier, no âmbito da operação Condor.
Uma brilhante folha e por isso, seria uma incongruência ser julgado nos Estados Unidos, a quem serviu, como terrorista. Foi ao contrário do que o nosso anónimo refere, preso por entrada ilegal no país e de seguida, deixado ao fresco, porque os amigos do peito, merecem respirar. Por hora, Carriles anda por ai. Estes, são em resumo, os factos.
Evidentemente que um sujeito destes, mal seria se fosse dar a Cuba. E porquê? Ora porquê, porque em Cuba há tortura, como diz. Ou seja, ela existe, segundo os manuais do departamento de estado dos Estados Unidos. Simulação de afogamento, tortura do sono, electrochoques nas partes baixas e altas, aturar o rosnar de cães, etc. E aonde? Na base militar americana de Guantánamo, sim senhor. E já agora, o que diria este nosso amoroso anónimo se os espanhóis por exemplo, tivesse num cantinho deste nosso Portugal uma base militar, contra a sua vontade, da minha e do povo que somos? Então para continuarmos a falar de democracia, comece já o nosso anónimo a recolher assinaturas para que os americanos abandonem de imediato Guantánamo, sem condições. Seria de democrata!
E pergunto eu, porque razão haveria os Estados Unidos de julgar um sujeito que nada fez contra os Estados Unidos, antes, serviu? Só porque acha que os Estados Unidos são o polícia do mundo? Por aqui, temos uma metódica discordância. Concorde.
Mas vejo que o nosso anónimo não refere o facto do estado mexicano ter deixado de ter condições para zelar pela vida de muitos dos seus cidadãos. Não o incomoda? Porque haveria? Por hora, honra lhe seja feita, não atribui essa negação da vida aos comunistas. Quanto a uma eventual imprecisão, sempre direi, que não sei se algum comunista esteve na rádio Maiorca, que não ouço. Esse é assunto que só à rádio, e a quem a dirige, diz respeito. A questão, disse eu, à falta de outros argumentos, ripa-se do bolso Cuba e a Coreia do Norte e já está. Porque esta gente se esfalfa na lufa-lufa de branquear a história e terroristas, então também cá temos o desmontar das trapaças em que vossas senhorias gostam de claudicar.
Passem bem.

Foto: memorial às vítimas do atentado, em Havana

6 comentários:

Anónimo disse...

O sujeito trabalhou entre 1960 e 1976? Então ainda foi colega do Soares e do Alegre.

Anónimo disse...

Ainda agora li que os EUA fizeram um relatorio em que focam que nas prisoes Portuguesas, sao praticadas torturas e outras sevicias.
Vindo de quem vem, mesmo os que defendem o sistema Americano, de capitalismo selvagem, devemos todos pensar a razao que leva o Pais recordista da tortura, assassinatos politicos, e perseguicao aos seus inimigos ideologicos, a falar das condicoes de outros.
Sera que estao convencidos que podem fazer o que fazem e, ainda assim criticar os outros?
Tenham pena da minha inteligencia e expliquem-me a credebilidade desta gente.

Anónimo disse...

Os comunistas dão-se mal com História.
Omitem claramente que Posada Carriles foi condenado por um Tribunal americano e passou mais de 8 anos , sem acusação formalizada, no Chile entre 1977 e 1985. Depois disso já foi preso uma dúzia de vezes.
Aguarda julgamento nos EUA.

E depois é fácil misturar tudo, Guantanamo, tortura, Bush....enfim a confusão para que não se saiba mais do que está a falar.

Luis Clemente Faustino Posada Carriles (born February 15, 1928) (nicknamed Bambi by some Cuban exiles)[1] is a Cuban-born Venezuelan anti-communist.[2][3][4] A former Central Intelligence Agency operative, Posada has been convicted in absentia of involvement in various terrorist attacks and plots in the Western hemisphere, including: involvement in the 1976 bombing of a Cuban airliner that killed seventy-three people[5][6]; admitted involvement in a string of bombings in 1997 targeting fashionable Cuban hotels and nightspots;[7][8][9] involvement in the Bay of Pigs invasion; involvement in the Iran-Contra affair; and, according to conspiracy theorists, involvement in the assassination of John F. Kennedy. [10] In addition, he was jailed under accusations related to an assassination attempt on Fidel Castro in Panama in 2000, although he was later pardoned by Panamanian President Mireya Moscoso in the final days of her term.[11][12]

In 2005, Posada was held by U.S. authorities in Texas on the charge of illegal presence on national territory before the charges were dismissed on May 8, 2007. On September 28, 2005 a U.S. immigration judge ruled that Posada cannot be deported, finding that he faces the threat of torture in Venezuela.[13] His release on bail on April 19, 2007 had elicited angry reactions from the Cuban and Venezuelan governments.[14] The U.S. Justice Department had urged the court to keep him in jail because he was "an admitted mastermind of terrorist plots and attacks", a flight risk and a danger to the community.[9] On September 9, 2008, the United States Court of Appeals for the Fifth Circuit reversed the District Court's Order dismissing the indictment and remanded the case to the District Court.[15] On April 8, 2009, the United States Attorney filed a superseding indictment in the case. Mr. Posada-Carriles' jury trial had been set for February 26, 2010 but it was announced on February 22 that it would be postponed for at least three months. [15] [16]

Anónimo disse...

Esse modelo chamado Coreia do Norte, onde se investe em grande nas armas, onde há orquestras de grande qualidade...mas onde morre gente de fome, às centenas de milhares. Uma pequena elite burguesa domina o povo na capa de um comunismo apocaliptico e bolorento.

E Viva a Coreia do Norte e o seu Ditador ! Viva a Dinastia Comunista Coreana (N) !


Famine struck North Korea in the mid-1990s, set off by unprecedented floods and the collapse of the Soviet Union[2][3]. The economic system relied on "friendship prices" trade with the Soviet Union. The state-controlled economy continued to stagnate throughout the 1990s as a result of poor industrial and agricultural productivity, and the loss of guaranteed markets following the fall of the Soviet Union.

In 1992-1993 the North Korean media began to extol the virtue of having only two meals a day instead of three, claiming the latter was unhealthy and excessive. By 1994, people in some remote areas could not get food for days at a time, despite being issued the usual rationing coupons. Distribution of food was breaking down and, as a result, shops were empty[4].

In 1995, responding to the North Korean flood that helped cause the famine, the United States government initially provided over $8 million in general humanitarian assistance (the People's Republic of China was the only country to initially contribute more aid).

The vulnerable agricultural sector experienced a massive failure in 1995-96, expanding to full-fledged famine by 1996-99. In 1995, a series of floods devastated about 40% of North Korea's arable land[5]. As a result, grain production was reduced by 1.9 million tons, or about 30% of the total amount of grain necessary to feed the people. This trend continued in 1996. In 1997, North Korea was the victim of drought[6].
[edit] Estimated deaths

Although sometimes the figure is said to be as high as more than 3 million, or 10% of North Korea's population, this figure is considered problematic because it is based on the experience of North Koreans in the province of North Hamgyŏng. The province was one of the most devastated due to its urban environment and lack of agricultural production. Additionally, the original study warned not to extrapolate the death toll of the famine to the whole of North Korea. [1]

By late 1995, the North Korean famine was becoming public knowledge all over the world, and by early 1999 it was being estimated that two to three million people had died prematurely because of the food crisis[7]. Scholars estimate 600,000 died of starvation (other estimates range from 200,000 to 3.5 million).[8] The famine was at its peak in mid 1996 to late 1997, much of the destruction occurred in this year. By 1999, food and development aid reduced famine deaths.

Anónimo disse...

TODAS as ditaduras são más, pelo menos as comunistas...
As outras, as que são apadrinhadas, pelos que nós sabemos, essas são boas...
Questionados os que defendem umas, e não as outras, dizem que os americanos são uma democracia, apesar de fomentarem, ditaduras como na arabia saudita,a agressão dos Judeus israelitas aos palestinianos, e de perseguirem os
seus inimigos políticos, esses podem apoiar ditaduras, os outros não...
tenham dó.

alex campos disse...

Ao anónimo das 00:44

Se não sabe ler seria preferivel abster-se de comentar: não sabia mas eu expliquei que Posada foi preso e julgado, mas considerado inocente,como aliás não poderia deixar de ser, como eu expliquei.Fingir-se de tanso para criticar já não engana ninguém.