Reconhecidamente a paranóia está a tomar conta do mundo.
Nos passados meses de Outubro e Novembro, em trânsito por Los Angeles, Estados Unidos, fui obrigado a deixar o avião e passar pela alfândega, e, como é óbvio tive de apresentar o meu passaporte. Mas ainda antes, em Londres, fui apanhado de surpresa pela informação de que teria de tratar de uma taxa que se chama visa, para poder transitar pelos E.U, com validade para 3 meses, que me custou mais euros. Fiquei completamente surpreendido porque a agência que tratou da viagem desconhecia essa taxa, que obriga um cidadão europeu, à má fila, a colaborar no esforço de guerra americano.
Por sorte tinha um cartão visa, único meio de pagamento, sob pena da ficar apeado, como sucedeu a um jovem holandês, também surpreendido, que tentou ainda assim pagar com dinheiro vivo, mas não teve sorte. O avião fez-se aos céus e o jovem dormiu no aeroporto à espera da transferência bancária a partir da Holanda.
Mas é agora, passados 2 meses, lida a notícia da passagem dos dados pessoais dos portugueses aos E.U., que associo o modo como fui tratado em Londres e sobretudo o modo hirto como o polícia de costumes me olhou e desolhou desconfiado. Por certo essa é uma temática que aprendeu no curso para polícia de costumes, como meio de proteger a sua pátria, que me parece ser cada vez mais de loucos. E por isso fico enraivecido por saber que o meu país se prepara para entregar a minha soberania.
E interrogo-me o que fará o polícia de costumes se um dia voltar a passar de novo pelos E.U, se porventura chegar à folha que fala da minha brilhante inquietação dos 21 anos, por exemplo, quando resolvi dizer não à guerra e ao atraso político, cultural e social da pátria? E depois? Serei recambiado?
O que sei de fonte segura é que 37 anos após o 25 de Abril, tenho de lidar, de novo, com gente que a única coisa que aprendeu nos bancos da universidade é estar do lado rasteiro da vida. Que os E.U desejem ter as fichas de toda a gente, para a partir de um qualquer gabinete montarem um grande olho e se colocarem, como é hábito, na situação de voyeur, e a seguir decidam pedir contas quando acharem por conveniente, já não me parece bem, mas agora que os responsáveis do meu país cedam a essas pretensões e me ponham nas mãos de gente que ensandeceu e em quem não confio, é inadmissível.
Com semelhante decisão deixámos aparentemente o lado ideológico das coisas e por isso até dá a ideia de não haver modo de qualificar esta gente. Mas eu ainda cá tenho um adjectivo. Eunucos! Assim mesmo. Estamos perante um conjunto de pessoas que se caparam e completamente submissos, servem, sem questionar, os sultões que tratam do mundo. Que decidem o que fazer, como fazer e quando fazer. E tratando-se do verbo fazer, quero aqui dizer que não fui eu quem fez os terroristas.
1 comentário:
Cambada de poltrões invertebrados!
Enviar um comentário