terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os “brandos costumes”

A afirmação do dr. Oliveira Salazar de que somos um povo de brandos costumes só reflecte o conhecimento profundo que possuía do seu próprio povo. Aliás, já houve quem o considerasse o político que melhor o compreendeu.
Lembrei-me dessa frase a propósito das notícias informando que os Estados Unidos vão ter um ficheiro de dados pessoais dos cidadãos portugueses com o anuimento do governo português.
Acho aviltante, não da parte dos “américas”, mas dos governantes escolhidos pelos portugueses. É uma falta de patriotismo tal que pressupõe traição. Nada que me admire, apesar de execrável, de resto.
Não ter visto nenhuma indignação, pelo menos á vista desarmada, vem provar a veracidade da afirmação do professor de Santa Comba.
Já Cavaco Silva se aproveitou, e bem diga-se em abono da verdade, da referida constatação: quando para sossegar os americanos lhes disse, sobre os voos da CIA, para voarem à vontade porque aqui a imprensa é mansa.
Outra exemplificação histórica da brandura dos costumes vai ser exponenciada no próximo dia 23. Com o IVA a 23%, com os salários a desvalorizarem e a baixarem, com pensionistas e desempregados a pagarem taxas moderadoras, com o país no estado a que chegou, não me admira absolutamente nada que os candidatos dos dois partidos que partilham o poder há 34 anos tenham, juntos, uma votação acima dos 65%.


(Repararam que me referi ao dr. Salazar com respeito, não por que o respeite mas pela simples razão de se tratar de uma pequena resenha histórica, e o que eu respeito é a História. Se me referisse a terroristas também não utilizaria os adjectivos mais adequados: Exemplos: presidente George W. Bush, dr. Durão Barroso, general Augusto Pinochet. Ou a chicos-espertos vigaristas: dr. Mário Soares, engenheiro José Sócrates, senhor Manuel Godinho, dr. Dias Loureiro, e por aí fora).

1 comentário:

Guimaraes disse...

Quanto à subserviência desta gente, há duas frases que convém não esquecer. Uma, atribuída ao marquês de Pombal, diz que "cada um vale tanto em sua casa que, mesmo depois de morto, são precisos quatro para o tirar de lá". Outra,mais popularucha, diz que "quanto mais a gente se abaixa, mais o cu se nos vê". A prova está na cena dos mercados. Aprovam-se as restrições para "satisfazer e acalmar" os mercados, que em resposta aumentam os juros...