Na política não há, como alguém uma vez disse para o futebol, Fair Play.
Qualquer posição que se tome, qualquer estratégia que se defenda tem sempre a ver com a luta de classes, será sempre uma opção de classe.
Não felicito os vencedores se eu pertenço à equipa dos vencidos.
Mas é justo realçar o grande vencedor das eleições de ontem. A direita, claro. E o seu aríete principal, que, injustamente, não vejo nenhum comentador destacar: José Sócrates.
Continuará com a política que sabemos, acolitado pelo ex-accionista do BPN. A notícia que destaco da primeira página do Público de hoje ilustra à saciedade o que acabo de dizer. Dentro, diz a notícia, governo e patrões querem cortes nas indemnizações nos processos de despedimento colectivo. Actualmente é um mês de salário-base por cada ano de trabalho. Eles querem reduzir para metade ou um terço. A cavacal figura eleita pelos portugueses não dirá nada contra, como é bom de ver.
Mais, Sócrates conseguiu, de uma penada, implodir o BE e neutralizar o que restava de complexos de esquerda no seu partido.
Cavaco sabe que não lucrará nada em criar uma crise política. O PS faz bem o trabalho. Sempre fez. Colocar já o PSD no governo para continuar a fazer o que está a ser bem feito seria um tiro no pé. Os auto denominados socialistas na oposição virariam a agulha e ganhariam depois. Assim, sairão do governo naturalmente, por desgaste. Depois o PSD tem o trabalhinho todo feito. Já não haverá muito que desvalorizar quer nos salários quer no trabalho.
Nunca tive dúvidas que Sócrates votou Cavaco. Tenho de reconhecer a sua habilidade como político.
P.S.: às tantas deverá haver já alguém que se esteja a afiambrar a outro banco para rapá-lo. Depois, o contribuinte colocará lá a quantidade desaparecida.
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