Augusto Alberto
São nas curvas mais difíceis, que homens, mulheres e instituições, mostram de que fibras são feitos. A este propósito, Otelo tremeu mais uma vez das pernas e por causa de tamanha tremedeira, bolçou mais uma asneira. Otelo sempre foi curto. Uma espécie de passarinho sem pena, que impede que levante voo. E o meu amigo Rogério Neves, atento, disse, antes, deverá dizer: “se soubesse o que sei hoje, não teria tomado as decisões que tomei, nomeadamente a traição a Vasco Gonçalves e a Costa Gomes”. Se calhar, se as coisas tivessem cumprido um “pouquinho”de Abril, talvez tivéssemos evitado tanta pobreza e o F.M.I. Assim, por este andar, o mais certo é que abra por cá, em S. Bento, em permanência, uma sucursal.
Por três vezes e com elites como estas, é fácil de admitir “salvífica” possibilidade. Desta vez sobra para nós, das próximas, sobrará para os nossos netos e depois para os bisnetos e por ai adiante. Mas, atendendo aos factos, é justo perguntar: "que andaram a fazer as elites"? Evidentemente, a empobrecer-nos! Aos empréstimos, gerações sucessivas têm pago com aviltantes e aberrantes juros. Mas infelizmente, a somar desgraça a desgraça, a passagem do F.M.I. por esta pátria, não resolveu coisa nenhuma, porque volta sempre mais uma vez.
E porquê? Porque as elites, devoradoras e necrófagas, colocam o país sempre no limbo da bancarrota e da pobreza. Ainda uma factura não foi paga, logo outra se apresenta e nós, sempre, simultaneamente a apertar e a pagar. A prestação de contas não existe, antes pelo contrário, fazem-nos querer, que é uma inevitabilidade. E porque de uma inevitabilidade se trata, não existe engano, é pagar e calar. E ai está a insidiosa campanha que coloca o F.M.I, como “boa ajuda”. E se ajuda é boa, sim senhor, não interessa questionar. O que é preciso é ir adiante, de empréstimo em empréstimo, juro a juro, porque anda por cá quem pague. Uma espécie de “lá no mar anda para quem nós ganha”.
A esse propósito, as centrais de propaganda debitam golfadas de informação, usando e abusando de comentadores, colossalmente escolhidos e pagos, numa espécie de éden, muitos deles indicados para as geniais listas a deputados, do CDS, PPD/PSD e Partido Socialista, que nos têm-nos na conta de imbecis, burros de carga, incapazes de dar um coice ou um grito e sempre disponíveis para pagar a selvajaria de gente que em nenhum momento deixa de enriquecer. Um povo sempre disponível para continuar a dividir uma sardinha por três, como no tempo do Dr. Salazar. Infelizmente, não anda muito longe da verdade. Quase que aposto que no dia 5 de Junho, muitos dos esmifrados vão votar em quem nos vai, mais uma vez, (emprestar), um poucochinho de sal para salgar a “puta e curta” da sardinha.
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