terça-feira, 28 de junho de 2011

Dona Pica

Augusto Alberto

De quando em vez, passam pelo mundo uns tipos carregados de pica. Sabemos que um foi santo, mas outros nem por isso. Vejamos então. Francisco de Assis, pregador de Jesus, nascido dentro de um estábulo, em Assis em 1181, descendente de uma família de ricos comerciantes, teve a sorte de nascer logo com pica, porque foi tocado logo à nascença, com pica, pela bela D. Pica, sua bondosa e extremosa mãe, que o educou na rectidão e no amor ao próximo.

 Por cá, entretanto, também anda um Francisco de Assis, carregado de pica, qualidade que nunca deixou, mesmo nos períodos mais azedos da sua vida, e sobretudo na que melhor conhecemos, a sua conduta como líder da bancada parlamentar do Partido Socialista. Infelizmente nesse seu período, a pica nunca o iluminou para o bem, como iluminou o Assis de Assis. Antes pelo contrário. Este nosso Francisco de Assis usou a pica em contramão, para desenhar o pior do destrambelho do reinado de Sócrates e restantes socialistas, onde naturalmente se inclui. E para mal dos nossos pecados, este nosso Assis continua por ai, pregando em alta e vulgar pica, do mesmo passo, ilusões e o seu contrário, o que configura uma tortuosa equação, que por norma não acaba bem, para além de deixar a impressão de que a pica com que interveio no reinado do Sócrates, nada teve a ver com ele.
Sendo assim, este Assis tem muito de “esperto e chico” e pouco de “santo”, e de remissa, com natural obsessão para o abismo. No breviário dos seus dias, não passa de mais um tipo que insiste em fazer batota, porque ao arrepio da boa pica, continua a papaguear coisas já muito batidas, que tem como único objectivo branquear o modo como ele e o seu “partido” são responsáveis pela fome que por ai vai, e pior ainda, aponta, ainda e sempre, ao cumprimento de políticas que nos vão levar à desgraça. Afinal continua, à semelhança de muitos outros seus “camaradas”, um vendedor de pomada jibóia.
De facto são necessárias roturas, mas não aquelas que para aí anda a vender. Sendo assim, o que quer este Assis? Quer utilizar a pica para chegar ao degrau mais alto do altar, de onde os “socialistas” têm andado a imolar os carneiros da pátria.


Cartoon de F. Campos

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