Um motorista de camião que transporta latas e garrafas, entre cidades, com um pai-natal florescente, pintado nas lonas, sem meios para debelar as suas dores de coluna, que vão até ao pé, teve a racional ideia de assaltar um banco, levantar uma pequena folha de papel A4, a pedir unicamente 1 dólar e esperar calmamente que a policia o transportasse para a esquadra, onde, sentado no catre, esperou pela visita de um médico que lhe apontasse a solução para os seus males.
Falo de um homem de 59 anos, e como provavelmente já percebemos, condutor de um camião de distribuição da Coca-Cola, a quem o sonho americano não deu os meios necessários para ter um seguro de saúde e por isso, como nos disse, racionalmente, ajeitou o modo de ter uma consulta, ainda que para isso possa ser privado da liberdade, que a Coca-Cola, cola ao sonho americano por 3 anos.
Mas acontece que a história chegou rápida ao fim. Imagino que o bom do americano foi atirado ao lixo, como se atira a lata vazia de Coca-Cola, porque logo foi posto em liberdade, sem ter tido a consulta de que tanto necessita.
Mas imaginemos que a notícia, dizia assim: - um homem cubano, com 59 anos, sem seguro de saúde, assaltou um banco, levantou uma folha A4 onde estava escrito “só quero 1 peso”, e esperou calmamente que a policia castrista o levasse à esquadra, onde espera ter a visita de um médico, que indique a solução para os seus apoucamentos. Logo diriam os labregos: - estão ver como se tratam as dores em Cuba? Na esquadra.
Mas dêem-me o direito a desalinhar. E por isso vos digo: - que se o homem com dores de coluna em Cuba não precisa de um seguro privado nem de ir à esquadra, o homem da Coca-Cola, precisa urgentemente de um visto para uma viagem à ilha, onde poderá, seguramente, tratar dos seus males, à semelhança de muitos outros americanos e bons algarvios e alentejanos.
Aliás, nos Estados Unidos, há um ianque, que pode ter a chave. Refiro-me a Michael Moore, sujeito muito rotinado a levar americanos a cumprir o grande sonho, não na América, mas em Cuba.
Ai liberdade, liberdade, porque deixas tu, mais a Coca-Cola e o pai natal, mais o sonho americano, um bom ianque inválido e desvalido?
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