A comédia que une Portugal e Grécia é divina e cretina. A fazer fé na imprensa, sabemos que o actual ministro das finanças da Grécia é um tipo pouco apreciado pelos Gregos, e por isso de baixo cartel, porque foi um alto quadro político e administrativo com responsabilidades na péssima gestão dos Jogos Olímpicos do milénio, em Atenas/2004.
Sabemos que muitas das estruturas dos Jogos de Atenas sem indicação para serem reutilizadas, foram abandonadas e vandalizadas, porque afinal, festa é festa e após a festa, sobram os cacos e as dividas. Ficou-nos na retina o verdadeiro caco em que se tornou, por exemplo, o grande complexo das piscinas olímpicas.
Eu que vivi por dentro o formidável complexo olímpico de Pequim e sei o modo como foi reutilizado após os Jogos, concluí que Evengelos Venizelos, responsável pelo desastre estrutural e financeiro dos jogos olímpicos de Atenas, continua deslumbrante, após ter sido promovido a ministro das finanças do país que ajudou a arruinar e por isso se lhe dê abraços e beijinhos pelos salões de Bruxelas, em vez de se lhe partir os dentes.
António Gueterres, católico e socialista e Durão Barroso, maoista e peixe de águas profundas, estão associados às decisões políticas acerca do Campeonato da Europa de Futebol de 2004, que em fúria, percorreu o litoral do país e que depois da festa, tal como na Grécia, sobraram as dores.
Em Leiria e Aveiro, estádios que esperam a venda ou demolição e o do Algarve, onde de quando em vez passam automóveis a todo o gás, são o claro exemplo de decisões cretinas.
Detalhes separam Grécia e Portugal. O olímpico grego, aceitou, contudo, o fel de ser ministro das finanças, que ajudou a colocar na lama. Mas ao Guterres, deram-lhe árdua tarefa de olhar as curvas da Angelina, quando juntos, vão em visita aos que não tem voz. E ao Barroso, a chiquérrima tarefa de flanar sobre as melhores alcatifas da Europa.
Gente que desbarata comprovadamente o interesse público, deveria explicar as suas decisões e a seguir ser punida e impedida de continuar a enxovalhar os povos, para evitar que a república se torne numa comédia.
Não nos queixemos, pois, por sermos figurantes desta sórdida coisa divina, em que ser socialista, católico ortodoxo ou romano e peixe de águas profundas, compensa.
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