segunda-feira, 4 de julho de 2011

594.068


Este número é a quantidade de papalvos que votaram em Fernando Nobre nas últimas presidenciais. Mas nem sempre, como é o caso, tentativas populistas conseguem os seus desideratos.
Exceptuando os amigos, os familiares, os soaristas, os dependentes, sempre se pode considerar que foram mais de quinhentos mil os que agora se queixarão de terem sido enganados. Não terão grande razão para isso. Porque só é enganado quem quer. A menos que, como alguém com sentido de humor me disse há tempos, deveria haver um exame para eleitor.
Depois de uma campanha contra os partidos, que são, indubitavelmente reflexos das classes sociais que representam, o homem entregou-se a um deles, o favorito número 1 para vencer as legislativas, e mesmo assim com o objectivo de ser a segunda figura do Estado. Correu-lhe mal. Também, diga-se em abono da verdade, para triste figura já temos a número 1.
Nobre desperdiçou a possível e provável credibilidade que possuía. O porquê é que nunca se saberá. Por mera, e incompreensível, ambição? Ou por, ingenuamente, ter servido outros intentos que lhe passaram ao lado?
Certo é que eu não acredito em ingenuidades. Certo é que é humilhante, depois de tanta prosápia, que diga-se, eu não entendi, mas que entenderam 594.068 cidadãos, o homem sair pela direita baixa. E depois de ter visto uma galinha que não sei quê.

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