Augusto Alberto
O que tem de comum as noticias seguintes:
O Reino Unido deu ordem de expulsão a todo o pessoal diplomático da Líbia em Londres.
E, a fortuna dos 25 mais ricos de Portugal aumentou 17.4 mil milhões de euros.
E ainda, José de Matos, Faria de Oliveira, Jorge Tomé, Rodolfo Lavrador, Pedro Cardoso, Nuno Fernandes Thomaz, (atenção leva h, por isso não é preto, mas é branco e de lei), Nogueira Leite, Norberto Rosa, Pedro Rebelo de Sousa, (mano mais novo do mano mais velho), Eduardo Paz Ferreira e Álvaro Nascimento, não sei se ainda falta algum, são os que vão mandar na C.G.D.
E mais ainda, a concertação social quer reduzir a indemnização por despedimento de 30 para 10 dias por ano. E ainda, em concertação social de novo, está-se quase a chegar ao entendimento sobre o fundo para os despedimentos, em que os patrões aceitam contribuir, na condição de baixar 1% no vencimento do trabalhador. E mais ainda, a empresa de camionagem T.N.C., na antecâmara da falência, tem uma proposta de aquisição por outra empresa, a WEGO; sem despedimentos, mas com a condição dos salários serem reduzidos a metade?
O que tem de comum então? Que estamos quase na fronteira entre o esclavagismo e a idade média.
O reino unido deu ordem de expulsão a todo o pessoal diplomático na embaixada líbia e já convidou Conselho Nacional de Transição (CNT), que reconheceu como única “autoridade legítima” do país, para tomar posse da embaixada. O Reino Unido vai em cruzada, mais uma vez, até África, desta feita não para obrigar os mouros a beijar os pés de Cristo, mas para os submeter, pelo fogo, mais uma vez, ao império do petróleo, com sede em Londres. Só há uma palavra. Cabrões! E ainda, nos mais ricos de Portugal, poucos são os que se dedicam à nobre e sóbria actividade da indústria transformadora, que transforma e produz riqueza, mas há actividade parasitária e escrava, em que, também, os que para eles trabalham levam um curso superior e trazem o ordenado mínimo e às vezes nem isso. E ainda, os novos e muitos chefes da caixa, são uma espécie de senhores do reino medieval, a quem se arranja, sempre, mas sempre, um belo espaço onde há gente para ser cavalgada e leis para reinar. E por fim, está a chegar o dia em que para trabalhar o trabalhador vai ter que levar o cursito, as ferramentas e o salário, para que nas mais-valias, não haja uma parte, muito pouca já, para o trabalhador, mas em que a totalidade, seja metida no saco dos que não sentem a crise.
Há muito tempo que nos têm andado a dizer que esta coisa da luta de classes já não existe. Há, há. E não tem pátria, como se nota. E se um dia deixar de haver, por este andar, é porque estamos a recuar às relações medievais, como se prova também.
1 comentário:
Imagem perfeita!
Quanto ao trabalho, esquecendo ideologias, vamos supor que o trabalhador (agora diz-se colaborador, o que me arrepia a espinha pois me recorda colaboracionistas...) é um robot. O robot tem custos de aquisição, energia, manutenção, etc.. Alguém se lembra de decretar que os custos de manutenção ou de energia do robot passam para metade, mantendo o funcionamento normal?
Se não, porquê fazer isso com os trabalhadores humanos?
Grande abraço
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