terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Açougueiros

Augusto Alberto

Muitas escolas vão continuar a manter os seus refeitórios abertos nas férias do natal, porque é na escola que muitas crianças tomam a única refeição quente do dia. A esta notícia, um amigo perguntou-me de supetão: “o que é isto?” Respondi: “é a social-democracia, ou o socialismo de rosto humano, estúpido!”
De todo o modo, para lá das sopas nas férias de natal, a mim também comeram 200 euros e a um amigo e a muito povo, perto disso. Somados, são os euros que dão a famosa folga orçamental, de que falava o nosso 1º ministro, Passos, que serão canalizados, em língua de economês, para a economia real, ou na palavra de plebeu, para as bolsas das putas do costume. Com efeito, o roubo na forma de impostos ou taxas, é assim a modos como uma espécie de catarse, que dá de tempos a tempos no poder, depois de se esporrar abundantemente sobre os súbditos, anestesiados na forma de hipnose, após tremenda copula, feita até à sangração.

Já antes, também o Dr.Soares, que sempre foi pagão e de más contas, fez o seu périplo de natal. Passou por ai, montado no trenó das finanças e, fornicando, lambuzou a cada um, a quantia necessária para comprar os brinquedos necessárias à cáfila amiga. Evidentemente, há sempre quem ache que assim está bem, confiante que certos e repetidos fornicanços são condição necessária ao bom andamento da Pátria.
Contudo, aos que confiam, aproveito para os enviar para a leitura de uma obra fundamental da língua Pátria, a "Arte de bem cavalgar a toda a cela", escrita por el rei D. Duarte, o eloquente. Obra de cabeceira dos açougueiros do poder, que tratam de a ler, quando se aproxima borrasca, ou “crise”. Ainda que não lhes esqueça, relembra, contudo, que para uma boa montada, é condição que a besta seja bem proporcionada, dócil e mansa e talvez um pouco parva, para que a correria se faça sem grandes escolhos e perigo de reacção desmedida e adversa, capaz de arrear no chão, quem monta desbragadamente.

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