terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Adriano Moreira na Literatura


Manuel dos Santos Lima foi fundador e primeiro comandante em chefe do Exército Popular de Libertação de Angola. Serviu antes, e como oficial, o Exército Português, de onde desertou para servir a causa da libertação do seu país.
Poeta e romancista, licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, este professor universitário tornou-se, ainda antes do 25 de Abril, dissidente do MPLA. Autor de notáveis romances como "Sementes de Liberdade" ou  "Os Anões e os Mendigos", assinou o primeiro grande romance sobre a guerra de libertação em Angola. Com grande conhecimento de causa, diga-se. Conheceu os dois lados.
Desse romance, autobiográfico, "As lágrimas e o vento", extraímos uma passagem em que soldados portugueses, no mato, dialogam.

(...)
- Na Argélia já andam em negociações para a independência...
- Se os angolanos também limpassem isto! Deve ser a única maneira deste governo ir ao ar, porque já não acredito na oposição. Desde 58 que a oiço prometer acção e nada. A verdade é que o fascismo mantém-se e está a renovar os seus quadros. E com a geração do Adriano Moreira entrámos mesmo no Neofascismo.
- Eu penso que de qualquer maneira a guerra em Angola é um rude golpe para os fascistas e toda a sua propaganda. Acredito mesmo que esta seja a vigésima quinta hora do salazarismo.
- Talvez...
(...)

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