quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Da evolução linguística


Sou um homem de convicções, embora tenha fé que o meu Sporting entre nos eixos, mas isso é uma outra estória.
Daí ser convicção minha que o actual acordo ortográfico (chamar acordo ainda deve ser um pouco forçado porque há países que não o assinaram ainda) é uma grande treta.
Acho que a realidade, a vivência social, os enquadramentos económicos é que contribuem para se modificar, ou não, determinadas palavras ou sentidos que elas impõem. Quer dizer a evolução sócio-cultural, política, económica é que impõe a evolução linguística, com o aparecimento de neologismos.
Um exemplo emblemático: a palavra “gamar”, mais ou menos um calão para a palavra “roubar”. Esta sim, é uma das palavras que deverá cair em desuso, mas através da língua falada. Quando, suponhamos para ilustrar o exemplo, uma beldade nos diz, fingidamente escandalizada: “Já me gamaste um bombon”,  se quiser acompanhar a evolução linguística deveria dizer: “já me gaspaste um bombon”. Do novo verbo Gaspar, se bem entendem. A conjugação do novo verbo é fácil, tem a terminação em “ar”, exactamente como o verbo substituído.

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