segunda-feira, 12 de março de 2012

Caso de polícia e de tribunal

Augusto Alberto

Se um tipo lhe encostar uma arma e lhe pedir para lhe transferir para a sua, dele, mão, a carteira, o relógio valioso, o telemóvel e os cartões de crédito mais os respectivos códigos, dirá que foi roubado por um malandro. Clamará pela polícia e ao tribunal pedirá que o ponha a ferros. E se o tribunal não ajuizar em conformidade com o seu desejo, dirá: “tudo isto é uma merda e a insegurança é total”. Tem toda a razão.
Mas poderá o caso mudar de figura se em vez de um meliante, for um Secretário de Estado, que escudado num labirinto jurídico, avalizou o roubo ao estado, para dar aos ricos? Poderá! Porque um Secretário de Estado presume-se ser pessoa de bem e o receptor, a empresa do engenheiro Ferreira do Amaral, que foi barão e ministro do PSD/PPD e um dos obreiros destas habilidades que aparentemente só podem ser deslindadas por doutores, também.
Contudo, pouco importa agora que o Secretário de Estado venha dizer que a Lusoponte vai ressarcir o estado. A verdade é que se o barro colasse, seria um óptimo negócio para os calhordas, sempre à espera, calmamente, que chova na eira e faça sol no nabal. Por isso, basta de branqueamentos.
Mas se houver quem insista em dizer em relação ao primeiro ladrão, que não passa de um reles bandido e como tal requer tratamento adequado, contudo, quem sabe se quanto aos outros ladrões, o Secretario de Estado e demais doutores, um dia já não tenham estado em convívio, numa festa do PPD/PSD. Reveja-se. E se concluir que afinal esse convívio foi real, então é bom que saiba que é por causa de rapazes como esses com quem se senta e em quem vota, que a insegurança vai ganhando contornos alarmantes e que há portugueses que só conseguem chegar à sopa e à roupa dada pelos bancos contra a fome. E não fosse o caso desta nação estar completamente minada e controlada por barões divertidos e assinalados, este era um caso de polícia e de tribunal.

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