quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pode a democracia tornar-se santa?


por Augusto Alberto


Pode a ingenuidade ser santa? Pode, sim senhor. O padre Fernando Lugo, mais os apaniguados, cuidaram que sendo “democraticamente” eleito Presidente da República um padre, a democracia tornar-se-ia santa. Não foi preciso muito tempo para perceberem que, quando as hienas saem ao caminho, o mais certo é calarem a esperança e os sinos. Aliás, será bom que se diga que qualquer mudança em favor dos que nada ou pouco têm, exige um amplo movimento popular, sim senhor, mas também uma força politica, séria, estruturada e consequente.
Aproveitar uma escassa brecha e tomar o poder, pode, a custo, ser possível, mas mantê-lo é tarefa ciclópica. Quem perdeu poder e privilégios, mandará, lesto, as hienas ao trabalho de sabotar as boas intenções. E por isso, tal como nas Honduras, abaixo os “abusos” e ao poder o “preto” que o império pintou, porque o padre Lugo, mais os seus pares, são uns ingénuos, que quase sem força, cedem a pior sorte para os pobres, porque cuidaram que com hóstias e homilias sobre a paz e o amor, a coisa se resolveria.

E já agora, vejam como esta magnífica democracia é tentacular. Rodrigo Rato, economista de um tentáculo só, que deu lições de economia, ministro das finanças de Aznar, um (protofascista), que bem o qualificaste Fidel, acolitado por gestores do mesmo quilate, colocou o banco Bankia na falência. E agora digam-me uma coisa. Podem Rodrigo Rato e os pares serem vítimas de um processo de impedimento e posterior julgamento por danos materiais e morais? Não, não pode. Por razões de incompetência e comportamento desviante, à luz desta democracia vigente, só gente como o padre Lugo, que por uma vez se colocou ao lado dos que nada têm, pode ser impedido e arriado, nem que seja a cacete. Rodrigo Rato fará comer o pão que o diabo amassou a muitos espanhóis, enquanto dará nos salões magníficos e aquecidos da “democracia”, tal como Blair, Aznar ou Clinton, aulas e conferências sobre democracia, economia e geoestratégia e sobretudo, como emprenhar de euros os bancos à custa do roubo do pão dos pobres. Um bom filho da puta nunca poderá sentir os pés frios, a não ser que o enviem em definitivo para onde tem de ir. Pró caralho!
Ai Lugo, Lugo, que ingénuo me saíste.


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