Augusto Alberto
O Relvas quer ser
como o Marquês d’Ávila, o Ministro do reino, censor das Conferências do Casino,
que tiveram o seu início na Primavera de 1871. E o senhor jornalista Carlos
Magno está para o ilibar da má ética e da má fama. O Relvas está para varrer à
espadeirada os ímpios que se opõem ao pensamento liberal, decepando tudo o que
atrapalhe a minoria sociológica. O Relvas é o censor e o Magno o cheira-cús. O
Relvas e o Magno são a cara e o cú e não podem funcionar sem um, cheirar o cú
do outro. O Relvas espirra e arrota e o Magno, logo confiante, fica atento para
que ninguém diga que o Relvas é indecente. O Relvas cuida que ainda pode chegar
a esbirro e logo o Magno trata de o maquilhar. O Relvas deseja cortar a
cachimónia e o pensamento, e o Magno, apesar, amofina-se para fazer levitar o
Relvas até ao esplendor. O Relvas e o Magno cuidam que podem amortalhar, pim
pam pum, a consciência e a verdade. Que podem arrombar as portas que levam à
liberdade, como mandou escancarar as portas do Casino Lisbonense o Marquês de
Ávila, para por fim ao pensamento. O Relvas e o Magno desejam uma pátria
atrelada à imbecilidade. O Relvas foi à Polónia ver o Euro. O Relvas esteve na
sala Apolo a receber os heróis de Opalenica. O Relvas quer alinhar de novo o aís,
pelo futebol, o fado e Fátima. O Relvas tem de saber que apesar de ainda
existirem resquícios do País tramontano, há sempre quem pense e repense. E o
Magno que ganhe tempero, porque um dia o cão pode saltar ao caminho. Não
esqueça o Magno, que o Relvas foi desancado onde menos esperava. O Relvas pode
saber como usar o futebol como instrumento de ilusões e patriotismo bacoco e
como ser licenciado sem suar e marrar. Mas o Relvas e o Magno têm de saber “abaixo os “Pides” do velho país”.
E que vivam os padres que ousam denunciar a fome, as putas
que consolam os necessitados, os paneleiros que ousam ser livres, e os policias
que conhecem quem é povo.
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