Augusto Alberto
A 13 de Abril de 1961, na tomada de posse de novo governo
após remodelação, Salazar assumiu pessoalmente a pasta da defesa em
substituição do desavindo e sedicioso general Botelho Moniz e deu ainda a pasta
do Ultramar a Adriano Moreira, o resistente, que se tornou peça de culto da
actual “democracia”. Disse aos seus ministros e ao País: “para
Angola rapidamente e em força”.
Confesso que não sei se o povo percebeu, de imediato e bem,
o facto de Salazar decidir enviar para a guerra e para a morte, os filhos da nação.
De todo o modo, não se duvida que o povo sonolento (tramontano e das berças)
como a piolhosa elite lisboeta gostava de o tratar, demorou demasiado tempo a
acordar. Num recanto da sala, misterioso, o Cardeal Cerejeira, que era a máscara,
enquanto Salazar era a cara, agitou as mãos e deu o benzimento à decisão.
Depois, decerto, suas excelências cumprimentaram-se e saíram, refortalecidos,
porque o país, obediente, logo colocou a tropa a caminho. Como é sabido, esse
caminho fez-se à custa do atraso, da rapina dos recursos naturais das colónias,
sempre, pelas mesmas potências “amigas” e à custa de milhares de vidas
arrasadas, Após o solilóquio, Salazar continuou por S. Bento e Cerejeira rumou
à Sé ou ao passo episcopal, para continuar a zelar pelo Povo que lava no rio,
em frente de uma casinha portuguesa, com certeza, em que basta um pouco,
poucochinho p'ra alegrar uma existência singela...amor, pão e vinho e um caldo
verde, verdinho…a fumegar na tigela.
Neste ano de 2012, creio que em Maio ou Junho, no Palácio que foi de Salazar e
de Marcelo e após a revolução de todos os primeiros-ministros da “democracia”,
incluindo o de hoje, Passos disse à Nação: “que
emigrem os jovens e os operários na procura de melhor vida, porque o governo da
Nação, ainda hoje, em tempo de paz, não sabe o que fazer com vocês”. E
solidário, no amansar das aflições, em Fátima, o enfático Cardeal Patriarca de
Lisboa, D. José Policarpo, justamente no mesmo local em que Cerejeira
gostava de assustar e catar almas, renovou a boçal mensagem pastoral.
O Povo deve obediência, sem discutir e mugir. Por isso, nada
de tremedeiras e manifestações de praça ou rua. Na praça, só na de Fátima, para
ouvir as indicações dos pastores da igreja, que indicarão o caminho estreito e
lamacento por onde devem passear os carneiros de Cristo e da Nação.
Digam lá, honestamente, se sim ou não, ao cabo de tantos
anos, esta gente, não é gentinha de uma cartilha só?
1 comentário:
Queira ter a gentileza de dizer quais são os carneiros de Cristo.
Muito grato pela informação
Olimpio Fernandes
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