sábado, 1 de junho de 2013

Colaboracionistas, um degrau abaixo de Vichy

Augusto Alberto      


Boa-vai-ela. O comentador “moralista “e tardo-romancista, de sua mercê, Miguel, perdeu a linha e escancarou o Presidente da República, tratando-o por palhaço. Na melhor sopa cai o escarro. Mas desta, não foi a de um “estalinista”, (a educação ainda é revolucionária), ainda que muito jeito desse, não é Miguel? Mas a de um tipo que não vai além de pardal de telhado.
Agora é que vão ser elas! Se se limitasse a dizer que sua excelência é uma inútil excrescência, teria dito tudo e evitaria, em breve, passar os dias a correr de casa para o tribunal e ainda por cima, com a obrigação de ter de interromper a escrita e de ter de aturar a chusma de repórteres, que sem piedade, cairão em cima, como se quisessem lavar a pele e a alma.

De todo o modo, um homem com traquejo e autor de histórias que acabam num pum… não se pode colocar como o pardal, que quando voa sobre o quintal, não perscruta a ratoeira que se desarma, logo que é tocada no gancho. Fiquem sabendo que a elite actual, que é a extensão da de antanho, nunca deixou o propósito de armar as artes. E então, não é que gente que se acha com pedigree, acaba exactamente como um pardalinho, com a pata presa na arte do santo oficio. Vou falar de Rui de Carvalho, o que foi agraciado por quem nos parece ser a excrescência inútil, na perspectiva do povo que pensa, mas que sobretudo, é o cabo às ordens da alta finança. O tal Cavaco. O artista percebeu, tardiamente, que foi armado. Sente-se apertado, mas ainda assim, com fôlego suficiente para interrogar: “francamente, não sei para que servem as comendas, as medalhas e as ordens, que de vez em quando me penduram ao peito?”. Mas eu sei, e também sei porque é que a pata lhe dói. Porque se convenceu que era um deles. Pois agora que garimpe, porque fez de peão de brega e colaborou ao toque do inteligente.
É a prova de que a inutilidade cívica e o colaboracionismo, podem estar para lá de Belém, num teatro bem perto de si, ou na novela das 10, que entra pela casa dentro. Todavia, este colaboracionismo não tem o avantajo do de Vichy, mas de qualquer maneira, desde o início da “crise”, a Alemanha, já lucrou mais de 170 mil milhões de euros. Repito! 170 Mil Milhões de euros.

Enquanto Natália, segurança, de segunda a sábado, trabalha 12 horas por dia, mas tem que pedir ajuda para comer, porque ganha pouco mais de 400. E sabem por quê? Porque a crise para as elites de Berlim ou de Lisboa, continuará fêmea, enquanto tiver a ajuda de colaboracionistas, um degrau abaixo dos de Vichy, que mesmo conhecendo Brecht, nunca fizeram caso do poema que acusa, que depois dos comunistas, chegará a vez de todos os outros? 

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