Augusto Alberto
José Seguro visitou
uma empresa em Torres Vedras especializada em enchidos, que ardeu, mas súbito
recuperou. Dizem os mais de 600 trabalhadores que as relações laborais e
sociais são boas. E por isso, imagino, os trabalhadores barram com mel o café e
o pão da manhã. Seguro folgou em saber que parte da produção é para exportar e
sentiu também um impulso à exportação das suas ideias. Mas quando lhe colocam
um microfone em frente, retrai-se e, em surdina, pergunta-se, e nós também.
Quais?
Todavia, é importante lembrar que quando um dia perguntaram
a Eça como é conhecido na Europa, Portugal? Respondeu: Pela laranja! Anos mais
tarde, pelos andrajosos do “bidonville”.
E adiante, pelas conservas e pelos vinhos. E agora, por
alguma ciência, mas também, e aqui parece que Seguro anda distraído, pela
emigração, que mantem ainda alguma mala de cartão, mas sobretudo, pela
qualificada. Desse modo, as azémolas não devem ter dado cavaco à notícia que
diz que no distrito de Viana do Castelo emigraram, no último ano, 130 alunos do
1º ciclo. Multipliquemos uma criança por 4 pessoas, são mais de 500 pessoas que
partiram, num contributo muito sério para a desertificação e maior penúria
demográfica. Coloquemos, então, aos bois os verdadeiros nomes, porque a
hipocrisia atingiu o zénite, com a recente greve dos professores, acossados e
denegridos pelo poder, e pelos melífluos comentadores que o serve, e ainda, por
alguns lacraus do PS.. Mesmo que
poucos professores andem pelas escolas a encanar a perna à rã, nada altera.
Sério, será que esclareçam o que lhes parece a notícia citada. Se calhar,
olham-na como raposa olha para vinha vindimada, e por isso, dizem nada.
E como é necessário rechaçar a hipocrisia, urge perguntar: Neste tempo que é de férias, quantas crianças não fazem uma refeição completa,
porque os pais não ganham para a vianda e porque as cantinas escolares, que os
amparam, estão fechadas? Nesta substância, é que políticos e comentadores
alinhados na prosápia, (e o Assis do P.S., espécie de lacrau voyager, que ataca
preferencialmente pela madrugada), deveriam
assentar. Não fosse a escola, a primeira a chegar o prato quente aos pequenos
estômagos vazios, a tragédia ficava imparável, porque a fome infantil e
juvenil, é fenómeno que a corja, no seu conforto, diz nada. É certo que não
estamos em África, mas quando em sossegada viagem o cidadão vir pela rua de um
povoado, um pequeno estômago já ovalizado, devido aos efeitos cruéis da fome,
saiba que foi a corja quem o esculpiu.
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