Augusto Alberto
Seguro vai com Portas ao covil da matilha, em namoro, à catequese ou ao crisma. Ao encontro anual do Clube Bilderberg, convidado por Francisco Pinto Balsemão, que não é parolo, e é o único português que pertence em permanência ao clube, desde os idos tempos do fascismo.
Seguro sentiu-se inseguro, quando publicamente foi confrontado com a viagem, porque tem a noção de que se vai sentar ao lado de agiotas, especuladores e belicistas, como Rumsfeld ou Wolfowitz ou Peter Sutherland. E onde já estiveram também, Bush, Blair, Aznar e Barroso, que têm as mãos tingidas de sangue. E alguns gentios, como o beato Guterres, Sócrates, Teixeira dos Santos, Paulo Rangel, e Ferreira Leite, muito eficazes na arte de produzir pobreza, e hábeis, por contraponto, também, na arte de sebar uma vara de ricos. Num partido decente, esta viagem seria considerada como um político pecado capital. Razão suficiente para uma caterva de demissões. Mas no PS parece não ter importância.
Infelizmente, o debate histórico e ideológico quase sempre andou arredado do Partido Socialista e quando se esboça, é demasiado histriónico. Aquilo é uma espécie de “Maria vai com as outras”. Como antigamente se ia à santa da ladeira do Pinheiro, no convencimento de que se ganhava a cura dos males do corpo ou do juízo.
Infelizmente, o debate histórico e ideológico quase sempre andou arredado do Partido Socialista e quando se esboça, é demasiado histriónico. Aquilo é uma espécie de “Maria vai com as outras”. Como antigamente se ia à santa da ladeira do Pinheiro, no convencimento de que se ganhava a cura dos males do corpo ou do juízo.
Para melhor se perceber o que se passa no exclusivo clube, é preciso dizer que as discussões são à porta fechada. Não se produzem resoluções ou propostas e não é emitida nenhuma informação pública. Tudo, ali, é sigiloso e sereníssimo. Não se brinca com a geopolítica da fome e da que assegura o controle completo das riquezas do planeta. Desta vez, é de admitir que se discuta a forma mais rápida de fazer cair a experiência democrática na Venezuela, e reaver o controlo do seu petróleo, como há anos se decidiu pela implosão da Jugoslávia, para evitar a preciosidade de haver um grande país desalinhado no centro da Europa e ainda, a independência do Kosovo, em linha com a estratégia de deixar a hibernar o precioso alvoroço.
Que se desengane quem acha que José Seguro é um palonço, apesar de ter ar de caranguejo vazio. Ele sabe bem que a matilha não reage por impulsos, mas por estratégias sabiamente discutidas.
Desse modo, hoje, como com outros, ontem, Seguro toma o hissope com que se festeja o ritual da traição. Só pode ser sábio, pois, quem prefere andar só, do que acompanhado por gente que trata a traição por tu. Por isso, é certo dizer, que vai por ai cheiro a ranço, que já nem um bom perfume parisiense consegue disfarçar.
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