quarta-feira, 26 de junho de 2013

O fatinho “blue” do candidato Miguel

Augusto Alberto


Chegou finalmente à cidade o grande “mupi”, que traz o circo e a candidatura autárquica “Somos Figueira”. Nada ali é laranja, como seria de supor, porque o primeiro candidato, o vereador Almeida, mais a restante entourage, como sabemos, tem fundas raízes no PPD/PSD.
Todo o cenário gráfico é em “blue” celestial, em linha com um certo propósito paternalista, anjinho e atlantista. Bem sabemos, e quem anda pela rua observa, que à candidatura chegaram outros sujeitos. Vindos, alguns, de outros lugares, carregados de frustrações e chutados borda fora, depois de anteriores escaramuças, pelejadas em seu tempo.
No arranjo gráfico, no lugar que por direito deveria ser das setinhas a apontar para diante, o verdadeiro símbolo político do PPD/PSD, de súbito renegado, está um símbolo que logo associei a um fenómeno atmosférico. Que anuncia uma depressão. Que parece, dialecticamente, agora, caracterizar uma depressão politica, que suporta uma candidatura de pessoas em negação, para cativar o voto de pessoas em depressão, de uma cidade deprimida, de um país em contramão.
Quem sabe, se dentro em pouco, no cartaz, o símbolo se ponha em movimento rotacional, que é o que parece que vai suceder, e levante, dialéctico, um tornado semelhante aos que percorrem a grande estrada da destruição, nos E.U., e faça voar o grande “mupi”, mais a estrutura que o suporta, para uns quilómetros adiante e faça daquilo, lixo…politico. Que é aquilo que a candidatura é. Porque uma candidatura que renega os princípios constituintes que, em substância, depois de muitos anos de poder, deram os resultados sociais miseráveis que se conhecem, só a podemos considerar como lixo eleitoral.
É por causa desta necessidade de tratar as pessoas por parvas, que um dia, fartos, os povos, como correntemente o brasileiro, se levantam violentamente. Parecendo ser, até, o único modo da elite ouvir quem passa por múltiplicos transes.

Por sorte, na ocidental praia Lusitana, o descontentamento tem sido, em regra, orgânico, conseguindo-se desse modo, impedir, apesar da raiva crescente, que se destrua património pessoal e público, às vezes, já com alguma dificuldade. Contudo, quem sabe, um dia, o controle e as boas maneiras se desvaneçam e então teremos o caldo entornado. Pode suceder que o caldo tinja, imprevisível, o fatinho “blue” do candidato Miguel, e então, só com uma boa benzina e com o voto certo, se remova a nódoa e o bocejo eleitoral.

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