Augusto Alberto
Chegou finalmente à cidade o grande “mupi”, que traz o circo
e a candidatura autárquica “Somos Figueira”. Nada ali é laranja, como seria de
supor, porque o primeiro candidato, o vereador Almeida, mais a restante
entourage, como sabemos, tem fundas raízes no PPD/PSD.
Todo o cenário gráfico é em “blue” celestial, em linha com
um certo propósito paternalista, anjinho e atlantista. Bem sabemos, e quem anda
pela rua observa, que à candidatura chegaram outros sujeitos. Vindos, alguns,
de outros lugares, carregados de frustrações e chutados borda fora, depois de
anteriores escaramuças, pelejadas em seu tempo.
No arranjo gráfico, no lugar que por direito deveria ser das
setinhas a apontar para diante, o verdadeiro símbolo político do PPD/PSD, de
súbito renegado, está um símbolo que logo associei a um fenómeno atmosférico.
Que anuncia uma depressão. Que parece, dialecticamente, agora, caracterizar uma
depressão politica, que suporta uma candidatura de pessoas em negação, para
cativar o voto de pessoas em depressão, de uma cidade deprimida, de um país em
contramão.
Quem sabe, se dentro em pouco, no cartaz, o símbolo se ponha
em movimento rotacional, que é o que parece que vai suceder, e levante,
dialéctico, um tornado semelhante aos que percorrem a grande estrada da
destruição, nos E.U., e faça voar o grande “mupi”, mais a estrutura que o
suporta, para uns quilómetros adiante e faça daquilo, lixo…politico. Que é
aquilo que a candidatura é. Porque uma candidatura que renega os princípios
constituintes que, em substância, depois de muitos anos de poder, deram os
resultados sociais miseráveis que se conhecem, só a podemos considerar como
lixo eleitoral.
É por causa desta necessidade de tratar as pessoas por
parvas, que um dia, fartos, os povos, como correntemente o brasileiro, se
levantam violentamente. Parecendo ser, até, o único modo da elite ouvir quem
passa por múltiplicos transes.
Por sorte, na ocidental praia Lusitana, o descontentamento
tem sido, em regra, orgânico, conseguindo-se desse modo, impedir, apesar da
raiva crescente, que se destrua património pessoal e público, às vezes, já com
alguma dificuldade. Contudo, quem sabe, um dia, o controle e as boas maneiras
se desvaneçam e então teremos o caldo entornado. Pode suceder que o caldo
tinja, imprevisível, o fatinho “blue” do candidato Miguel, e então, só com uma
boa benzina e com o voto certo, se remova a nódoa e o bocejo eleitoral.
Sem comentários:
Enviar um comentário