terça-feira, 4 de junho de 2013

Quem é você, Henrique?

Augusto Alberto


Henrique entrou em roda livre. Bolsa alarvidades no Expresso, que tem afinidades com o sedicioso El Mercúrio, o veículo de massas que conduziu o golpe fascista contra o governo de Allende, em 11 Setembro de 1973. Por isso, tenho-o como um pasquim, ainda que há dias, por desfastio, o tenha clicado e deparado com uma sua miserável crónica, que visou o linchamento do carácter da dirigente sindical da função pública Ana Avoila, como se Ana não fosse cidadã desta República e esteja impedida de desempenhar uma tarefa constitucionalmente aceite.

Monteiro utiliza a folha cuidando que o tempo é propício para a caça às bruxas. Contudo, é preciso dizer ao fariseu que apesar das coisas estarem como estão, ele ainda não é McCarthy, apesar de querer tornar universal a sua doutrina. E se bruxas existem, devem ser as que lhe povoam, com desgosto, ainda e só, o sótão e os desejos.
Desse modo, devolvo-lhe o arbítrio e a malvadez, fazendo uso da semântica com que bordou o seu texto. Quem é Henrique Monteiro? Um salafrário a soldo de um antigo deputado da união nacional, convertido de chofre à democracia, que lhe deu um brinquedo na forma de jornal, para semanalmente bolçar peçonha, ainda que, hoje como ontem, “democratas” achem o jornal um papel de referência. Pudera! Mas eu que de filhos e netos do fascismo já tenho conta que chegue, recuso a sua credibilidade.
E pergunto-lhe: Se escreve nesse jornal há muitos anos e não contribuiu, com a sua opinião, para melhores resultados dos que ai estão, pode ter a humildade de perguntar a si próprio se o problema não será também um pouco seu, pois não soube melhorar, ou impedir que as coisas piorassem? Utiliza o pasquim, para afirmar que nos partidos e nos clubes, não há oposição interna visível, escamoteando a verdade. Mas para mim, essa é questão risível. Porque eu sei o que o faz correr. Tal como o porco que sabuja a gamela, para chegar à cevada, a sua questão é de fé. O desejo de vitória da militância ideológica de gente que não perscruta para lá das noites de ópera no teatro Nacional, ou de um jantar nos indicados restaurantes de Cascais ou da Boca do Inferno, ou a presença em fogosas festas da elite.
Por isso, é bom interrogar este sebento profissional da malícia terrorista. Em que tempo julga que está? Acha que é o tempo de revisitar os aviões acrobatas do circo aéreo, como no Chile de Allende, e fazer “looping” e o golpe que a classe que serve deseja? Bem sei que não é preciso forçar. Para nosso mal, ele vai correndo devagar. 

1 comentário:

Anónimo disse...

Henrique Monteiro lutou e fez muito mais para derrubar a ditadura, pela Liberdade e pela Democracia, do que V.Exª, que andava ao tempo a servir de lacaio do colonialismo...