Augusto Alberto
A “comunidade internacional” é amiga de quem é sua amiga,
mas inimiga de quem lhe tira da frente dos queixos o barril de petróleo.
Foram precisos 60 anos para a CIA confirmar como trabalhou
para fazer cair Mohammed Mossadegh, (Iran Coup), um convicto nacionalista e
muito popular primeiro- ministro iraniano, que optou por nacionalizar o
petróleo, retirando-o desse modo, debaixo dos queixos dos ingleses. Nesse
tempo, era Roosevelt presidente americano e o aristocrata conservador Churchill,
primeiro- ministro britânico, e só mais tarde, chegaram à liderança politica da
“comunidade internacional”, novas hienas, de que Cameron, Hollande e Obama, são
a última expressão.
Mohammed Mossadegh |
O Irão sempre foi uma farpa encravada na “comunidade
internacional” e tanto assim, que em 1988, os americanos sabiam com toda a
evidência, que o exército iraniano estava a ponto de abrir brechas irresolúveis
no exército iraquiano de Saddam. Contudo, nesse contexto, a C.I. fez de Saddam um
conjuntural amigo e permitiu que o seu exército gazeasse o exército iraniano, (Foreign Policy- Exclusive:
CIA Files Prove America Helped Saddam as He Gassed Iran), invertendo em
definitivo, o curso da guerra. Mas logo após, Saddam passou de amigo a vilão.
Enquanto tudo isto, 26 milhões de curdos continuam sem uma Pátria, entalados
entre a pesporrente e reaccionária elite muçulmana turca, de quem amiúde leva
tautau, (sobretudo quando nas montanhas neva), e à mercê de criminosos que
pululam pela Síria e pelo despedaçado Iraque. Ao assunto a C.I. diz nada, ou não
seja a Turquia um dos membros da sinistra máquina de guerra da aliança
atlântica.
Esta é, em forma remanescente, a verdadeira acutilância
táctica. (Segredos, leva-os o vento, e o que há, é uma confessa máquina com
vista a tornar boa gente, em receptivos e tansos cidadãos). Saddam e Kadhafi
foram boas pessoas, enquanto estiveram em posição de quatro patas, mas
estragaram tudo, quando se viraram, porque com os interesses do petróleo, não há meio-termo. Neste caso, bom,
bom, é acautelar também, o porta-aviões hebreu, o contratorpedeiro do títere
rei de Marrocos e as barcaças das cruéis monarquias do golfo, porque há gaz em
Homs.
Assim, eu, cidadão indefeso, me confesso. Quando oiço ou
leio notícias, em regra sublinhadas, como sendo a opinião ou a actuação da
“comunidade internacional”, logo fico macambúzio e começo a sentir o rufar dos
tambores e o bafo das hienas.
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