Augusto Alberto
Os ladrões de Aníbal especializaram-se no assalto ao estado
e por essa via, também, no assalto aos bancos. Aníbal, conhecido pelo de
Boliqueime, uma terra com influências solidárias, por ventura, do norte de
África, que desmerece, hoje, justamente, (desventurado, fanático e
torcionário), doutorou-se em economês, na Universidade de York. Fez-se
militante do Partido Popular Democratico, após a revolução de Abril de 1974, a que mais tarde se
somou a algaraviada de Partido Social-Democrata. Um dia, já tarde, chegou a uma
cidade à beira-mar, que por acaso é a minha, trazido por um Fiat e aí foi
eleito em congresso Presidente do Partido.
Depois, suportado por sólida formação católica, garimpou a
vida a pulso. Todavia, como é muito comum em tipos que batem repetidamente com
a mão no peito, rodeou-se de salteadores, que se esparramam abaixo das
montanhas do Marão até às franjas do Algarve, com Marrocos à vista. As suas
necessidades de líder, foram satisfeitas, na última oportunidade, por cerca de
25% dos votos expressos, por parte dos indígenas que mal-amadamente dirige.
Contudo, os ladrões de Aníbal, comportam-se na República,
como elefantes que usam a tromba para aspirar toda a riqueza criada. Na banca,
aspiraram e aspiram tudo o que tilinta, sem que por ai, aparentemente, venha
mal à República, porque continuam a caminhar e a fazer sentir o peso das patas,
pelas praças, e os corredores alcatifados dos bancos, do Teatro Nacional de
ópera de S. Carlos ou do Teatro Nacional D. Maria II, a rainha loira, de
Portugal e também, (irra), dos Algarves. É relevante lembrar, que nesse período
áureo, para além de abocanharem algumas grandes fortunas, não deixaram de
extorquir, também, pequenas economias de cidadãos convencidos das bondades do
sistema, entretanto, desmentidas a sal e lágrimas.
Entretanto, Aníbal, para além de continuar a ser o guia
espiritual do gang elefântico, com saborosos proveitos, tornou-se também num
entertainer de vão de escada. Raro é o mês em que não se contradiz. O que é
verdade no início do mês que corre, rapidamente é contrariado no mês que virá,
porque Aníbal, logo vê, na ponta do nariz, outras razoabilidades. Desse modo,
este gang elefantino, procura na revisão da Constituição de 1976, que
tacitamente jurou cumprir, e hoje, abjura, afastar o último obstáculo jurídico
ao definitivo assalto à nação.
E o cidadão que fez parte das listas autárquicas desta
gente, das duas, uma, ou está consciente da gravidade das consequências e por
isso, tem mãos e consciência sujas, ou então, é pixote.
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