quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

McCain e Duartinho, dois cabotinos

Augusto Alberto
   

Andam felizes, alguns ucranianos, na utilização do direito à manifestação, para reivindicar uma maior relação com a União Europeia, em detrimento da Rússia. Contudo, não me enganarei se disser, que depois da união, tal como hoje, com romenos e búlgaros, serão, mais cedo do que tarde, impedido de circular por alguns países “ricos” da União, como se de leprosos se tratassem.
Neste contexto, Duarte Marques, rico filho, deputado rico e presidente da JSD, foi também a Kiev, para clamar pela submissão da Ucrânia à União. Também, McCain, senador americano, republicano, fez o mesmo papelinho. Ok! Quando se trata da liberdade, estou com McCain, e com o Duartinho.
Desse modo, imaginem, caríssimos, a ousadia de um deputado, ucraniano, dos que favorecem o entendimento com o vizinho russo, decidir gritar, bem alto, junto ao muro que separa os Estados Unidos do México: “que devem as autoridades americanas proceder à identificação, julgamento e punição, dos agentes fronteiriços norte-americanos, que ao longo da fronteira, segundo o jornal, The Independent, desde 2005, já assassinaram 42 pessoas”. Ou então, imagine um cidadão maníaco da arte pública, entender por bem, impedir a venda da colecção do museu da cidade de Detroit, Detroit Institute of Art (DIA), de obras, de, Van Gogh, Rembrandt, Henri Matisse, e Brueghel, o Velho, como solução para tirar a capital da indústria automóvel americana do atoleiro social. O que sucederia? Prisão!
De todo o modo, neste ponto, sublinho que cânticos devem ser ofertados às almas que foram capazes de enriquecer o património público, para que outras, as passem a patacos a agiotas privados, para compor orçamentos estaduais e concluir a premissa ideológica, de que os lucros não devem ser virtude pública, mas privada. Casos dos CTT, (públicos desde os tempos da mala posta, (1520), ou da EDP. No primeiro caso, agradeçam ao rei D. Manuel I e no último, não se esqueçam de agradecer ao Gonçalvismo.
A liberdade pode ser desenhada num fio, como o de Ariadne, mas ao rejeitar a verdade, por mais sábio que seja o postilhão, bem pode ser apanhado em contramão.

Assim, porque não se planta frente ao tribunal de Alexandria, Duartinho, para clamar pela libertação das 14 mulheres partidárias do presidente Morsi eleito democraticamente, condenadas a 11 anos de prisão, metade das quais, menores de idade? Desculpe, sou tonto e tarde percebo que o táctico senador McCain ainda não lhe ordenou a viagem. Contrição minha, porque só agora me ocorre, que o lugar perverso da liberdade e da democracia, não deverá ser aí, mas mais a oriente.

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