Augusto Alberto
Andam felizes, alguns ucranianos,
na utilização do direito à manifestação, para reivindicar uma maior relação com
a União Europeia, em detrimento da Rússia. Contudo, não me enganarei se disser,
que depois da união, tal como hoje, com romenos e búlgaros, serão, mais cedo do
que tarde, impedido de circular por alguns países “ricos” da União, como se de
leprosos se tratassem.
Neste contexto, Duarte Marques, rico
filho, deputado rico e presidente da JSD, foi também a Kiev, para clamar pela
submissão da Ucrânia à União. Também, McCain, senador americano, republicano,
fez o mesmo papelinho. Ok! Quando se trata da liberdade, estou com McCain, e
com o Duartinho.
Desse modo, imaginem, caríssimos,
a ousadia de um deputado, ucraniano, dos que favorecem o entendimento com o
vizinho russo, decidir gritar, bem alto, junto ao muro que separa os Estados
Unidos do México: “que devem as autoridades americanas proceder à
identificação, julgamento e punição, dos agentes fronteiriços norte-americanos,
que ao longo da fronteira, segundo o jornal,
The Independent, desde 2005, já assassinaram 42 pessoas”. Ou então,
imagine um cidadão maníaco da arte pública, entender por bem, impedir a venda
da colecção do museu da cidade de Detroit, Detroit Institute of Art (DIA), de
obras, de, Van Gogh, Rembrandt, Henri Matisse, e Brueghel, o Velho, como solução para tirar a capital
da indústria automóvel americana do atoleiro social. O que sucederia? Prisão!
De todo o modo, neste ponto,
sublinho que cânticos devem ser ofertados às almas que foram capazes de
enriquecer o património público, para que outras, as passem a patacos a agiotas
privados, para compor orçamentos estaduais e concluir a premissa ideológica, de
que os lucros não devem ser virtude pública, mas privada. Casos dos CTT, (públicos
desde os tempos da mala posta, (1520), ou da EDP. No primeiro caso, agradeçam
ao rei D. Manuel I e no último, não se esqueçam de agradecer ao Gonçalvismo.
A liberdade pode ser desenhada
num fio, como o de Ariadne, mas ao rejeitar a verdade, por mais sábio que seja
o postilhão, bem pode ser apanhado em contramão.
Assim, porque não se planta
frente ao tribunal de Alexandria, Duartinho, para clamar pela libertação das 14
mulheres partidárias do presidente Morsi eleito democraticamente, condenadas a 11 anos
de prisão, metade das quais, menores de idade? Desculpe, sou tonto e tarde
percebo que o táctico senador McCain ainda não lhe ordenou a viagem. Contrição
minha, porque só agora me ocorre, que o lugar perverso da liberdade e da
democracia, não deverá ser aí, mas mais a oriente.
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