Augusto Alberto
Tiremos o chapéu a Serguei
Lavrov, o ministro dos Estrangeiros da camarilha que manda para lá dos Urais, porque
não deixou lugar para uma avaliação bifurcada dos acontecimentos no mundo,
quando enfaticamente, disse:-“a Crimeia diz mais à Rússia, do que a Republica
Centro Africana à França e as ilhas Malvinas, à Inglaterra”.
Esta observação faz-me lembrar
como a Venezuela e Ucrânia, são hoje as duas pontas da mesma tenaz. Os Estados
Unidos, encorajados pela ajuda da Europa no reviralho da Ucrânia, atacam fundo
na Venezuela. E nessa canalhice contam com uma máquina de propaganda, muito
consolidada, ainda que possamos ver nela uma informação livre e independente.
Nesse contexto, a televisão pública enviou, tanto para a Venezuela como para a
Ucrânia, enviados especiais para nos darem as melhores notícias. O objectivo é
simples. Colocar a desinformação, ou um ¼ de verdades, no centro do golpe,
estabelecendo o espírito necessário, para universalmente se aceitar como bom, o
“putsch” fatal. Resolvido e atirado o assunto para os textos da História, como
no Chile em 1973, ou como no Iraque das armas de destruição maciça, lavadas as
mãos, num processo de higienização secular, a vida de quem se prestou à
poltrice, volta ao ronrom dos dias, esquecidos as vítimas brutais do “putsch”.
Na Ucrânia, o resultado mais
imediato parece traçado. Uma primeira derrota da camarilha ocidental, ao ponto
de Rodrigues dos Santos ter deixado a Crimeia, sem ter aquecido os lençóis do
hotel, onde pernoitou. Mas na Venezuela, o reviralho segue o guião do “putsch” chileno.
A falta de reposição no mercado de produtos essenciais, que sustentam o barulho
dos tachos no alcatrão. Todavia, na Venezuela de hoje, para acabar com o
Chavismo, (é possível…), vão ter que fazer horas extraordinárias, porque o
Chavismo, não é hoje um movimento que só reage em tempo eleitoral. E não vai haver
aviões acrobatas americanos para bombardear o palácio de Miraflores, como
bombardearam o de “La Moneda”, de Allende.
Sem esperança, “bastaram poucas
horas para comprovar a remelosa informação”, desejava também, que a jornalista
residente nos Estados Unidos, exemplificasse como Buffet tem razão. Ou como as
pessoas vivem como ratos e como o sonho americano, claudicou. Terra, onde hoje,
os 30 senhores do dinheiro, (incluindo Buffett), recolhem do bolo, tanto como
150 milhões de americanos. Ou seja, metade da população. (ONG Oxfam). Vitimas
na sua terra, do mesmo capitalismo fascista, que impede que a Venezuela possa
decidir o destino, e por isso, ter de ser punida, para servir como exemplo,
para outros países da região. Aliás. Como sempre!
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