sábado, 22 de março de 2014

«Se a luta de classes existe mesmo, a minha classe ganhou». Warren Buffett

Augusto Alberto


Tiremos o chapéu a Serguei Lavrov, o ministro dos Estrangeiros da camarilha que manda para lá dos Urais, porque não deixou lugar para uma avaliação bifurcada dos acontecimentos no mundo, quando enfaticamente, disse:-“a Crimeia diz mais à Rússia, do que a Republica Centro Africana à França e as ilhas Malvinas, à Inglaterra”.
Esta observação faz-me lembrar como a Venezuela e Ucrânia, são hoje as duas pontas da mesma tenaz. Os Estados Unidos, encorajados pela ajuda da Europa no reviralho da Ucrânia, atacam fundo na Venezuela. E nessa canalhice contam com uma máquina de propaganda, muito consolidada, ainda que possamos ver nela uma informação livre e independente. Nesse contexto, a televisão pública enviou, tanto para a Venezuela como para a Ucrânia, enviados especiais para nos darem as melhores notícias. O objectivo é simples. Colocar a desinformação, ou um ¼ de verdades, no centro do golpe, estabelecendo o espírito necessário, para universalmente se aceitar como bom, o “putsch” fatal. Resolvido e atirado o assunto para os textos da História, como no Chile em 1973, ou como no Iraque das armas de destruição maciça, lavadas as mãos, num processo de higienização secular, a vida de quem se prestou à poltrice, volta ao ronrom dos dias, esquecidos as vítimas brutais do “putsch”.    
Na Ucrânia, o resultado mais imediato parece traçado. Uma primeira derrota da camarilha ocidental, ao ponto de Rodrigues dos Santos ter deixado a Crimeia, sem ter aquecido os lençóis do hotel, onde pernoitou. Mas na Venezuela, o reviralho segue o guião do “putsch” chileno. A falta de reposição no mercado de produtos essenciais, que sustentam o barulho dos tachos no alcatrão. Todavia, na Venezuela de hoje, para acabar com o Chavismo, (é possível…), vão ter que fazer horas extraordinárias, porque o Chavismo, não é hoje um movimento que só reage em tempo eleitoral. E não vai haver aviões acrobatas americanos para bombardear o palácio de Miraflores, como bombardearam o de “La Moneda”, de Allende.

Sem esperança, “bastaram poucas horas para comprovar a remelosa informação”, desejava também, que a jornalista residente nos Estados Unidos, exemplificasse como Buffet tem razão. Ou como as pessoas vivem como ratos e como o sonho americano, claudicou. Terra, onde hoje, os 30 senhores do dinheiro, (incluindo Buffett), recolhem do bolo, tanto como 150 milhões de americanos. Ou seja, metade da população. (ONG Oxfam). Vitimas na sua terra, do mesmo capitalismo fascista, que impede que a Venezuela possa decidir o destino, e por isso, ter de ser punida, para servir como exemplo, para outros países da região. Aliás. Como sempre!

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