sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Um marco só cretino


Afinal o homem que disse ir criar 150.000 empregos arrisca-se a ficar na história como o primeiro-ministro que mais desemprego e mais emprego precário criou, bem como aquele que menos condições de vida proporcionou com a sua governação.
Está assim confirmado o que toda a gente sabia. E revelado um segredo de Polichinelo. Que a promessa da criação dos tais muitos mil empregos não passava de tanga, o próprio estava consciente, tanto que este tipo de organização social, a capitalista, não resistiria sem desemprego, pelo que, como toda a gente sabe ou devia saber, o dito é necessário como pão para a boca à sua própria sobrevivência. Mas mesmo assim levou no engodo muitos e muitos eleitores.
São dados recentes do Instituto Nacional de Estatística, segundo o qual o desemprego se cifra em 7,7% da população activa, no terceiro trimestre do ano em curso. O número de desempregados neste momento é de 433,7 mil pessoas. Não contando para o rol, as pessoas em situação de precariedade, sub-emprego ou as que estão matriculadas em cursos de formação.

7 comentários:

Anónimo disse...

Como é hábito, o sr. Alex. confunde vários conceitos, acredito que sem intenção deliberada. Não esclarece se o contrário de emprego precário é emprego fixo e/ou para sempre. Não é claro quanto ao objectivo (não promessa) dos 100 mil empregos a promover nesta legislatura. Não é intelectualmente sério quando omite a contribuição da crise mundial na oferta de emprego no país. Podem fazer-se críticas, até as mais duras, mas sem batota argumentativa, não é ?...

alex campos disse...

Antes da crise já fábricas tinham começado a fechar, o desemprego a aumentar... vem a calhar a famigerada crise (existirá?)para justificar a incompetência ou a má fé desta política.
O emprego precário não tem contrários, é desumano e uma estratégia para se aumentarem os lucros à custa de trabalho alheio, ou não?
Não confundo conceitos, apresento argumentos. Nem faço batota, nem utilizo a má fé para justificar o que não tem justificação. O capitalismo é que está bafiento, para não ir mais longe, na 1ª república, já Afonso Costa se recusava a receber sindicalistas. Em nome do modernismo? Isto está podre, o que melhorou desde então?
E além de baliento tem a sua grande premissa na injustiça social e nas desigualdades.
Dizer isto é ser batoteiro? Então sou mesmo. Acrescento, com orgulho.

Anónimo disse...

A postura irredutível do sr. Alex Campos, ilustre animador deste blogue, faz-me lembrar o Martim Moniz,atravessado na porta do castelo de S. Jorge, para impedir que ela se fechasse aos invasores. A diferença é que aquele conseguiu, diz a tradição, os seus objectivos e Alex, mesmo atravessado por inteiro, não consegue travar o irrepetível curso da História, baseado em factos e não em desejos. Com o respeito devido, é como a Srª Pallin que recusa a teoria da evolução das espécies, embora o Darwin a tenha anunciado há 250 anos!

Zorze disse...

Alex, excelente post.

Anónimo "neoliberal", todos os meses pago salários de 400/500 €. Penso eu só em descontos é mais do que estes miudos recebem.

O último que paguei tinha a mulher grávida e quase a dar à luz. Disse-me tenho que tirar X de renda e mais as despesas fico quase sem nada.
É o país que tem a capacidade de injectar 4 mil milhões de euros na banca.
Com reformados com pensões de pouco mais de €200.
E olha que eu sou um mãos largas, quando vou para a borga, levanto pra aí uns €200. Se a noite for de feição gasto outro tanto e ainda mais.

Haja dinheiro.

Abraço com aval criminoso,
Zorze

Anónimo disse...

Sim, se contarmos com a precaridade os números devem subir para à volta dos 50%. Com crise internacional, ou sem ela, o que é facto é que nós por cá vivemos eternamente em crise.

Saudações do Marreta.

samuel disse...

Pelos vistos ainda há quem ache que quem tem contratos renováveis de 15 em 15 dias, está empregado... que quem trabalha a troco de falsos recibos verdes, sem direitos, sem segurança social, sem poder sequer adoecer... está empregado.
É muito triste! Para quem está nessas situações e para quem de facto acha que isto são empregos.

Abraço

Anónimo disse...

Ao sr. Samuel:
A estrutura, natureza e contratualização do emprego já não são aquilo que o sr. deseja. Era bem bom ficarmos na paz tranquila dos empregos para toda a vida, subsídios garantidos e reforma à nossa espera. Mas...esse tempo não volta mais!