terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Nobel

Augusto Alberto

Anda para ai gente incomodada com o rumo da pátria, ainda que por agora, com um novo governo, nova assembleia e novos governos locais, se faça uma leve pausa, com muitos em mole atitude, numa espécie de ver o que isto vai dar. Contudo, muita dessa gente, mais o povo eleitor, com a pena e a verve, e os feitos, lá vai burilando a nação, ainda que por cobardia, se venham colocando, alguns, no papel de vil independentes, porque querem dar a ideia de que isto não é nada com eles e por isso, não assumem que se a pátria está hoje assim, foi porque este foi o rumo que impuseram.
Lamento muito que esses lamechas da opinião publicada não tenham discorrido que poderiam ter inchado esse seu génio, se conseguissem adiantar a candidatura a prémio Nobel da paz, o seu Presidente, nosso Presidente. Um homem erecto, embora com pouco jeito para mascar, mas isso não será defeito, talvez uma idiossincrasia de economista, que nos tem obrigado a passar as passas do Algarve. À parte umas cacetadas há uns anos atrás, nuns rapazes que resolveram interromper a ponte mais importante da República, e por achar ainda que nos devemos vergar ao pensamento único, este nosso Presidente, na verdade, não conduziu nem conduz nenhuma guerra, embora aceite enviar uma pequena soma de soldados para guerras distantes. Mas isso são trocos, dada a amplitude da refrega. Também não ordenou por exemplo, como o seu recente homologo presidente Nobel, o reequipamento da magnânima e garbosa 4ª esquadra americana, historicamente rotinada em arrear Presidentes democraticamente eleitos, e trocá-los por bandalhos ferrados de cacetes, com vista a voltar de novo a dar umas porradas nos vizinhos de baixo, com manias de independência e a almejarem a uma vida melhor. Distraído, esse homólogo presidente Nobel, ao que parece, esqueceu-se de administrar o seu poder, mais do que tudo, no momento de saber da decisão da atribuição do Nobel, para mandar repor a normalidade democrática no pequeno quintal, abaixo, nas Honduras. E desta vez, a 4ª esquadra, apesar de estar ainda na doca seca, entre raspagens e pinturas, esse recente homólogo Nobel Presidente, fez accionar no quintal, os esbirros de plantão.
Ainda por cima, esse homólogo presidente Nobel, a fazer fé nas notícias, com generosa vontade de dar ao seu povo um sistema de saúde universal, dado que lhe pareceu mal que os enjeitados sucumbissem junto ao pegão da ponte, tremelica, ao que se diz, já hoje, perante os lobos da saúde, que arrebanharam gente que por lá, também, ao que parece, elege os seus “Isaltinos”. É verdade que nós por cá, vamos tendo esse serviço nacional de saúde, mas convêm avivar e dizer, que também este nosso Presidente, enviou uma tropa, mas esta, democraticamente eleita, para o escavar. Mas por azar, a coisa ainda vai verde.
Soberbo e honroso será, sem dúvida, um povo com vários presidentes nobilitados. Triste será um Povo cujo Presidente está quase sem uma frota para repor, talvez um ou dois submarinos, para substituir um “barracuda”, estafado, sem bojo e fôlego para grandes profundidades. Ainda que nessa algarviada dos submarinos, haja um seu amigo que guardou ou perdeu os papéis. Que sabemos nós? Mas também é verdade, para que deverá um dos “Isaltinos” dar nota dos ditos papéis, se a regra por cá é de papéis nada sabermos, apesar de, em regra, muitos de nós, andarmos quase sempre aos ditos?
Quer isto dizer, que afinal um Nobel da paz, poderá também ser encostado por força de “Isaltinos”, para além de que, sem darmos por isso, na ponta das suas decisões, poderão estar sempre umas porradas.
Para Nobel da paz, não está nada mal, não senhor.

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