quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Savimbi, o traído



Fernando Campos tem razão quando diz que é dificil encontrar uma visão distanciada e desapaixonada de Jonas Savimbi. É da mais elementar justiça que, à luz da História, lhe seja consentido tal.

Temo que seja difícil. Pela personalidade do próprio. Traidor por vocação, e muito posivelmente por convicção, Savimbi morreu como viveu. Viveu a trair e morreu traído. Nunca teve uma ideia sobre a independência de Angola, nem por ela lutou, serviu o colonialismo, o apartheid, e tranformou-se no homem de mão do imperialismo americano até que este o eliminou quando já dele não necessitava, como fez, aliás, com Saddam e outros, e que já é um comportamento normal.

Além de ter lutado ao lado das forças colonialistas, o que fez à Zambia é um verdadeiro manual de instruções da traição. A Zâmbia, país interior, necessitava do Caminho de Ferro de Benguela. Savimbi logo após se ter comprometido com Kaunda a deixá-lo intacto, dinamitava-o. Aconteceu várias vezes.

Apoiou-se no mais numeroso grupo étnico angolano, os Ovimbundus, refugiando-se no tribalismo quando Angola caminhava para um nacionalismo à dimensão do seu povo e território. Teve sempre muitos bons amigos mas ficará para sempre um incógnita: quem fundou a Unita? O general Costa Gomes? A própria PIDE?


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