sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eu em boa companhia


Já tive como alcunha o “ortodoxo”. Já tenho tirado camaradas meus do sério quando digo, está bem que irónicamente, que não sou democrata. Embora afirme que o conceito de democracia além de completamente deturpado é bastante vago, confuso e perigoso. Democratas são o Bush, o Barroso, o sucateiro,o megamerceeiro, o Sócrates, o Uribe e outros que tais.
Agora um anónimo chama-me comunista assanhado.
Assumo-o, claro, com gosto. E devo estar bem acompanhado. Às tantas também Almeida Garrett foi um comunista assanhado.
Isto a propósito de um texto de Fernando Samuel no seu blogue Cravo de Abril, que transcrevo:

No ano de 2008, havia em Portugal 10 400 milionários (indivíduos com fortunas superiores a um milhão de dólares).
No ano de 2009, esse número subiu para 11 000 - mais 600, portanto, o que corresponde a um aumento de 5,5%.

Assim sendo, também o número de pobres vai aumentando: segundo a Eurostat, existem em Portugal cerca de 2,5 milhões de pobres, dos quais mais de 200 mil em situação de miséria extrema.

Posto isto, basta fazer as contas e encontraremos a resposta à pergunta formulada há mais de um século por Almeida Garrett:

«E eu pergunto aos economistas, aos políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria (...) para produzir um rico?»

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