Que as figuras políticas são polémicas não haverá muitas dúvidas. Os seus inimigos tendem sempre a denegri-las. Mas quando se recorre à ignomínia e à mentira estamos perante mentes mal formadas, cujas armas mais mortíferas são a mesquinhez e o desconhecimento histórico.
A ilustrar o que acabo de escrever está o que leio sobre o Almirante Rosa Coutinho. Sobretudo em belogues de direita. Que esta esteja órfã do fascismo é uma coisa que não me diz respeito, embora em trinta e tal anos de democracia, ou coisa parecida, já tivesse tido tempo de se democratizar.
Está bem que os filhos da puta dos fascistas se estão nas tintas para o facto de Rosa Coutinho ser um dos protagonistas que eu admiro daquela fase histórica. Têm esse direito. Não deveriam era ter o direito de mentir e dizer baboseiras para tentar denegrir o almirante.
Sobre algumas destas baboseiras que li faço alguns comentários, ou esclarecimentos.
Que Rosa Coutinho entregou Angola ao imperialismo soviético e aos mercenários cubanos, alçando um pouco implantado MPLA, li. Que aterrorizou a população branca com a finalidade de os fazer fugir daquela terra, li.
Bem, o MPLA não estava nem pouco nem muito implantado. Por muitas divergências que actualmente possa ter com o MPLA devo dizer que é o único movimento que teve origens nas reais necessidades do povo angolano e na urgência de uma luta pela independência. Foi fundado por nacionalistas angolanos e em território angolano. Lembro, ou esclareço quem possa não saber, que a UNITA só foi fundada em 1966 após o MPLA ter aberto uma frente no leste do país. Tenho dúvidas sobre quem terão sido os fundadores. Mas também será um facto que dificilmente alguém venha a saber. O general Costa Gomes? Ou a própria PIDE? Da FNLA sabe-se que Holden Roberto, familiar do homem forte da CIA, Mobotu, também foi funcionário dessa colectividade americana. E formou a FNLA a partir de um agrupamento tribalista baseado em povos do norte do país. O “15 de Março”, que ficou conhecido por terrorismo, em que foram chacinados não só brancos como operários e camponeses negros do sul, diz, quem tem interesse em tal, que foi um erro do próprio Holden, à revelia da própria CIA.
Quanto ao ter entregue Angola, também é sabido que quem começou a guerra não foi o MPLA. Guerrilheiros da FNLA que no quartel estavam a limpar armas ligeiras, dias antes da guerra começar, disseram-me, a mim e a colegas meus: “estas meninas vão dançar no fim do mês”. Certo é que a guerra começou nos primeiros dias de Junho de 1975.
Mercenários foram os sul-africanos, alguns militares portugueses e terroristas internacionais ao serviço da FNLA. Os guerrilheiros que me prenderam não falavam português. Falavam francês, pois vinham do Congo.
Por último, devo lembrar, ou esclarecer quem não saiba, que muitos brancos estão entre os fundadores do MPLA, alguns dos quais figuras grandes da cultura e da literatura angolanas. E alguns nascidos em Portugal. O próprio Agostinho Neto, presidente do MPLA e primeiro presidente da República era casado com a poetisa Eugénia Neto, branca e transmontana.
Não adianta tentar branquear a História. Ela é um julgamento.
A ilustrar o que acabo de escrever está o que leio sobre o Almirante Rosa Coutinho. Sobretudo em belogues de direita. Que esta esteja órfã do fascismo é uma coisa que não me diz respeito, embora em trinta e tal anos de democracia, ou coisa parecida, já tivesse tido tempo de se democratizar.
Está bem que os filhos da puta dos fascistas se estão nas tintas para o facto de Rosa Coutinho ser um dos protagonistas que eu admiro daquela fase histórica. Têm esse direito. Não deveriam era ter o direito de mentir e dizer baboseiras para tentar denegrir o almirante.
Sobre algumas destas baboseiras que li faço alguns comentários, ou esclarecimentos.
Que Rosa Coutinho entregou Angola ao imperialismo soviético e aos mercenários cubanos, alçando um pouco implantado MPLA, li. Que aterrorizou a população branca com a finalidade de os fazer fugir daquela terra, li.
Bem, o MPLA não estava nem pouco nem muito implantado. Por muitas divergências que actualmente possa ter com o MPLA devo dizer que é o único movimento que teve origens nas reais necessidades do povo angolano e na urgência de uma luta pela independência. Foi fundado por nacionalistas angolanos e em território angolano. Lembro, ou esclareço quem possa não saber, que a UNITA só foi fundada em 1966 após o MPLA ter aberto uma frente no leste do país. Tenho dúvidas sobre quem terão sido os fundadores. Mas também será um facto que dificilmente alguém venha a saber. O general Costa Gomes? Ou a própria PIDE? Da FNLA sabe-se que Holden Roberto, familiar do homem forte da CIA, Mobotu, também foi funcionário dessa colectividade americana. E formou a FNLA a partir de um agrupamento tribalista baseado em povos do norte do país. O “15 de Março”, que ficou conhecido por terrorismo, em que foram chacinados não só brancos como operários e camponeses negros do sul, diz, quem tem interesse em tal, que foi um erro do próprio Holden, à revelia da própria CIA.
Quanto ao ter entregue Angola, também é sabido que quem começou a guerra não foi o MPLA. Guerrilheiros da FNLA que no quartel estavam a limpar armas ligeiras, dias antes da guerra começar, disseram-me, a mim e a colegas meus: “estas meninas vão dançar no fim do mês”. Certo é que a guerra começou nos primeiros dias de Junho de 1975.
Mercenários foram os sul-africanos, alguns militares portugueses e terroristas internacionais ao serviço da FNLA. Os guerrilheiros que me prenderam não falavam português. Falavam francês, pois vinham do Congo.
Por último, devo lembrar, ou esclarecer quem não saiba, que muitos brancos estão entre os fundadores do MPLA, alguns dos quais figuras grandes da cultura e da literatura angolanas. E alguns nascidos em Portugal. O próprio Agostinho Neto, presidente do MPLA e primeiro presidente da República era casado com a poetisa Eugénia Neto, branca e transmontana.
Não adianta tentar branquear a História. Ela é um julgamento.
1 comentário:
Verdade, verdadinha, eu estava em Luanda, em 1975, e pude observar como funcionava o MPLA, como falavam Português, quem os comandava, assim como a Unita, sem dúvida.
E a FNLA, só falavam fraunciú, e as fardas eram do exército do congo de Mobutu.
Digam o que disserem esta é a verdade que presenciei.
F.S.
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