Na bifurcação da A17, em Aveiro, com a A1 para o Porto e a A25, para Espanha, as cegonhas, não sei o que lhes deu, montaram arraial e é um gozo vê-las no alto, a gozar os azougados. São uma ternura. Das cegonhas lembro-me sempre que de volta e meia cruzam os fios e lá vem um apagão, que coloca a EDP à nora.
Da última vez que lá passei, lembrei-me do último apagão e talvez por simpatia, dou por mim também a reflectir sobre um outro apagão, este mais prosaico, que deu nos escribas dos jornais do regime. Desta feita, quase esqueceram-se que a Venezuela ia a votos. Presumo que a coisa não ia de feição. Acordaram agora, porque parece que já há noticia onde podem meter o dente. Ou seja, o Chavismo foi derrotado.
Do “Chavismo” desconfio de alguma paródia e até fanfarronice, mas creio que afinal alguma razão têm as gentes das favelas e morros, que descem, com regularidade ao centro, em seu apoio. Talvez por descrença, os diários do regime tenham ignorado a coisa. Mas neste entretanto, fizeram um pequeno “aproche” à ilha. Descobriram que em Cuba o socialismo, ou o comunismo, conforme o jeito do escrevinhador, acabou. Duvido que a nação que escorraçou o império, passasse de uma penada à burrice. Porque “despedir” 1 milhão de funcionários públicos, a frio, numa população activa de 4.5 milhões de almas, traria, dramaticamente, consequências politicas e físicas para o regime, porque seria a sua própria negação. Há de certeza um desencontro entre desejos “democratas” e a realidade. Até o Vasquinho Valente, no diário inteligente do regime, numa das suas crónicas semanais, espirra o seu desejo. Acredito que VPV no momento de teclar no computador, só poderia estar em transe, porque a noite e mais alguns grogues, podem toldar. Se VPVv. fosse honesto, aliás, como os restantes escribas, escrevinhariam também sobre o capitalismo terrorista, que ainda hoje manda em muita da América do sul, da do Centro e também, pasme-se, na do Norte. E, gostemos ou não, foram afinal os cubanos, os únicos a bater-lhe o pé. Bem sabemos que Cuba é pobre, que tem dificuldades sérias mas que procura soluções, como lhe compete. E mais, os seus dirigentes não tem receio de dizer o que pensam e ao que vão, ao contrário do que sucede por cá, que nunca nos dizem as verdades, para além de fazerem da política um baile de putas.
Como ainda há bem pouco tempo um cidadão de El Salvador me contou: - é muito difícil em toda a América Latina ter meios para buscar comida. Mesmo em Cuba, as canseiras também são muitas. Mas em Cuba, há assistência médica, direito à saúde, ao ensino e à habitação. E para quem vive na América Latina é muitíssimo. Aliás, continuou, nem sei se na Europa rica, todos se podem gabar de tais virtudes. Cá está!
Se calhar é exactamente isto que faz a diferença e faz descer dos morros as gentes, com regularidade, à cidade frenética, em apoio de Chaves. Nunca esqueçamos que Chaves, depois de eleito, foi deposto por 48 horas e após, recolocado no lugar, porque a gente das favelas, acabou a repor a democracia. Já conta com várias vitórias eleitorais, e esta última supervisionada pela comunidade internacional. Se calhar, por ser assim, só poderá dar em redundância, e por isso, não merece noticia. E se assim é, ora bardamerda.
E já agora, sempre acabo com a última pergunta que fiz ao cidadão de El Salvador: - Se o território sul- americano é riquíssimo em petróleo, gaz, minério, madeiras, etc, porque razão são milhões os famintos e trapilhos? Fixou-me nos olhos e disse: Boa pergunta! Talvez por isso o Chavismo tenha dado mais uma vez um capote. As putas não gostam. Mas pelos vistos, vai ser preciso continuar a esturrar dinheiro para o derrotar.
2 comentários:
Grande «desabafo»...
Um abraço.
Com efeito, há as putas do regime e o regime das putas.
Depois de ler este dito "desabafo" em defesa de um crápula ditador e de um regime macabro e opressor, acabo por perceber o servilismo que caracteriza o seu autor.
Querer ser revolucionário e defensor dos mais fracos e oprimidos e andar a lamber as botas a um pequeno ditador, que se agarra ao poder com unhas e dentes e de uma forma ilegal e muito pouco clara como o é o presidente da FPR e na qual o prezado autor é defensor e colaborador, não diz a letra com a careta. Podemos viver num regime de putas, mas nem todas se vendem.
Melhores cumprimentos.
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