sexta-feira, 6 de maio de 2011

A água da Figueira

Como se sabe, a concessão ao sector privado da exploração da água foi um processo iniciado pelos “socialistas” e concluído pelo PSD em 1998. Por um período de 25 anos.
A razão, diziam, e defendiam, era a melhoria da qualidade de vida. Não se assistiu nem à qualidade de vida nem à qualidade dos serviços.

Num comunicado emitido pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) sobre os efeitos da famigerada concessão, conclui-se:
- A existência de sérios prejuízos para o Município, para os consumidores e para os trabalhadores. Avultados lucros para os accionistas da empresa concessionária (razão última e única da concessão, digo eu). Em 2010 a holding “Aquapor” obteve cerca de 4 milhões de euros de lucro.
- A cobertura de saneamento que em 2011 deveria estar concluída está por cumprir.
- A qualidade da prestação de serviço que pelo menos deveria ser mantida, piorou, sem que a Câmara Municipal faça cumprir o estabelecido no contrato de concessão.
E que se assiste depois do “forró” da concessão?
O referido comunicado elucida-nos:
- A presença de buracos que se perpetuam no pavimento e à negligência na sua reparação.
- Ao aumento de tarifas ano após ano de acordo com o contrato de concessão, de modo a garantir o lucro de cerca de 16% à empresa concessionária, sem investimento de capital de risco.
- A uma duvidosa qualidade do bem fornecido, que deveria ser insípida, incolor e inodora.
- Durante os cerca de 10 anos de concessão de serviços, houve uma redução dos quadros do pessoal em cerca de 40%, de 140 para os 80 trabalhadores, bem como a redução de salários, sendo os trabalhadores contratados pelo salário mínimo nacional.
O comunicado diz ainda: A empresa privada não pode reduzir salários aplicando legislação e direito laboral público. Pode e deve de acordo com os seus LUCROS aumentar salários.
O que se sabe é que Município entra com algum para garantir o lucro à cabeça da concessionária, porque doutra forma a água na Figueira, das mais caras do país, seria ainda mais cara.
Mas o contribuinte pode estar descansado, se não paga de uma maneira, paga de outra.

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