Augusto Alberto
Barack Obama ordenou um tiro certeiro no olho esquerdo de Bin Laden e aparentemente acertou em cheio. Politicamente. Diz-se que deu um importante passo para a sua reeleição, após mandato que deixa o seu país envolvido em muitas e várias incertezas.
Não conseguiu fechar Guantánamo, e, ainda, mais um presidente que não consegue devolver aquele pedaço de terreno ao seu legítimo dono, Cuba. No Afeganistão e no Iraque, as coisas continuam difíceis. Não param de chegar cadáveres. Tal como difícil está o equilíbrio social na sua própria pátria. A banca continua de pedra e cal a fazer o mal e a caruma, sem que algumas rábulas presidenciais tenham alterado alguma coisa.
O desemprego é uma chaga e o sonho americano de ter casa, carro e gasolina barata, vai sendo uma miragem. Aliás, milhares estendem o cobertor debaixo da ponte, ao arrepio do grande desejo e sonho. Por isso, segundo variados analistas, inclusive uma Teresa de Sousa, apontam como muito importante para a sua reeleição, exactamente ter sido ele a mandar abater o inimigo público do momento. Nesta matéria, casam em pleno os egos e os inimigos públicos, na grande pátria americana. Foi Al Capone. Depois foi Fidel, que apesar de sucessivas tentativas de liquidação, vai mesmo morrer de velho. E por fim, Bin Laden.
Mas deixem-me dizer-vos que não é só Obama a necessitar de um inimigo público. Também o nosso 1º ministro anda um trapilho e com o seu bornal repleto de coisas más, a saber: o desemprego, que ao invés de diminuir, com a criação dos famosos 150 mil postos de trabalho, avançou afinal para a fasquia acima dos 800 mil desempregados. Os velhinhos por exemplo, já na fase de esperar a morte, sem injecção atrás da orelha, mas sentados, porque a ambulância nunca mais chega e por ai adiante.
Que jeito dava termos também o nosso inimigo público nº 1, apanhado e baleado pela nossa força de elite, a mando de Socrátes e a seguir, após o ritual católico da praxe, atirado ao mar da palha. Seria uma espécie de mel na palha. Reeleição garantida, gritaria a nossa Teresinha de Sousa. Aliás, o seu muito amigo Mário Soares, também à rasca, por pouco não teve o seu. Um dia mandou as suas forças especiais apanhar um bombista, mais ou menos com a boca na botija. Júbilo, o homem era Dias Lourenço. Caramba, Dias Lourenço, o Director do jornal Avante! Caça grossa, gritou-se. Mas engano, o homem não era António Dias Lourenço de seu nome, mas João. Que enormíssimo desperdício! Estão a ver?
Tão pobres somos que nem conseguimos um inimigo público deveras. Limitamo-nos a caça miúda, ainda por cima, sujeito a engano.
Amochem tartufos.
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