Augusto Alberto
No Algarve vive um são Macário, não o que deu à costa, mas o que deu o dito por não dito e que por isso vestiu a pele de camaleão, mas logo mostrou num curto passe de mágica, apesar de tanto peito cheio, que não vale um cagalhão. E a propósito, disse um outro algarvio, que os portugueses têm paciência a mais. Eu digo melhor. Todos os Macários acham que os portugueses gostam de ser tratados como palermas.
E a João Proença, um tipo que é do Partido Socialista, e correia de transmissão de todo o capital agiota e especulativo, foi-lhe aberta a porta do palácio onde decorrem as reuniões da concertação social, para concertar, sobre o enfraquecimento das leis do trabalho e sobretudo no modo como os trabalhadores terão de baixar e inclusive pagar o seu próprio desemprego, com uns tipos que me parecem uns sapos que por uma espécie de carreiro se dirigem a uma sala onde vão encher o papo e ainda por cima, todos vaidosos.
Aliás, nunca uma lei em tão pouco tempo foi tantas vezes revista e sempre em queda para o mesmo lado. E concertada a decisão, quase que dá vontade de gritar, entrai meninos, entrai no carrossel do desemprego antes que o valor pago pela extinção do posto de trabalho baixe ao grau zero da canalhice, porque se supõe que a coisa se destina só aos vindouros. Miséria! Precatai-vos, porque a aldrabice é arte de fazer pagar, também, aos que julgam que neste inferno estão a salvo. Assim está a ser, com os que acreditaram que era nos funcionários públicos que estava o mal. Sabemos de experiência feita, que de facto, primeiro foram eles, depois os que vivem do soldo e agora, estão a sentir os dos 2.500, que foram convencidos de que as migalhas do grande capital são uma benesse e que nunca tem fim, que tem casa, carro e férias hipotecados e meninos a fazer a viagem do colégio privado para o ensino público.
E depois de tudo isto eu deixo uma interrogação. Podem os betinhos também ler Bertolt Brecht? Não só podem como devem. Para quem não saiba, começa assim: - primeiro foram os comunistas… e depois…bem, depois fui eu.
Na imagem, o poeta visto por F. Campos
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