domingo, 24 de julho de 2011

O mercado Engenheiro Silva (I)


Inaugurado no dia 24 de Junho de 1892, e, embora sob o ponto de vista arquitectónico não seja nada de arrojado, o histórico mercado é desde há muitas décadas um ponto de referência e de convívio, além de, pela sua centralidade, um importante factor económico para aquela zona já tão depredada da cidade.
Mas o que se passa actualmente deveria deixar os figueirenses apreensivos. 
O que se passa, ou pelo menos o que se consegue entender, é que o mercado está a ser alvo de interesses que não têm nada a ver com o interesse público.
Pode-se até traçar um paralelismo com o que se passou com as águas. Recordando: o “ps” iniciou as “démarches” para a sua concessão, ou privatização, ou lá o que quiserem chamar, e o PSD concluiu a tarefa, ou seja, assinou o contrato fazendo que os figueirenses paguem uma das mais caras do país.
Com o mercado, temo que se passe o mesmo.
O PSD, há uns anos, proclamou um regulamento unilateralmente, ou seja, sem consulta pública. As indecisões, ou decisões do actual elenco escolhido pelos figueirenses em fazer retirar os concessionários do mercado enquanto se fazem obras (que, segundo vozes autorizadas, são perfeitamente possíveis com o mercado a funcionar), além das tropelias que têm vindo a público sobre o lugar provisório onde o mercado deve funcionar, bem como as sucessivas visitas da ASAE a pedido (por denúncia de anónimos) deveriam fazer-nos reflectir.
É que mesmo não sendo uma obra-prima da arquitectura, o Mercado Municipal Engenheiro Silva é uma construção carismática e foi dos primeiros edifícios figueirenses concebidos para o fim a que se destinava - e assim foi por mais de cem anos.
É de edifícios com uma história viva e palpitante como este que se faz o património cultural de uma cidade que se preza.

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