quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os amigos de Savimbi cedo perceberam que os amigos são para as ocasiões

Augusto Alberto

Mudam-se os tempos, mas não mudam as vontades e, para tanto, procuram-se amigos, que outrora foram inimigos. É o pragmatismo, sim senhor. É o caso dos amigos de Savimbi, que cedo perceberam que os amigos são para as ocasiões e que a ocasião faz o ladrão.
Lembram-se do João que ao regressar da “Jamba”, por pouco não morreu no desastre de avião? Pois, primeiro foi a família Soares que se encheu de amores pelo velho tribalista, depois Cavaco e a sua corte, sobejamente convencidos que ali estava o homem capaz de se opor à construção de uma sociedade mais justa, que impediria que as manápulas voltassem a ser postas nas riquezas de Angola. Choraram baba e ranho a cada nova derrota de Savimbi, mas era impossível descolar-lhe. Contudo, Savimbi sofreu a maior derrota, paga com a vida, mas feita uma pausa, o pragmatismo concluiu amizades com quem antes era inimigo. 
Tal como formiga pelo carreiro, todos os que tinham por amigo, o velho tribalista e por inimigo o M.P.L.A., como o Mira Amaral, o Amorim e CIA, fazem de inimigos de ontem, amigos de hoje, e adiante a hipérbole, que os negócios não têm pátria. Vivas a quem foi amigo de Savimbi e hoje cultiva, unha com carne, com o melhor da elite angolana, esquecendo velhos desejos de morte.
A ocasião faz o ladrão e para que haja bom sucesso, o pragmatismo, parece que se aprende nos bancos da universidade, é elevado à categoria de ciência, como nesta história calhandra do BPN/BIC, onde se prova que debaixo da asa do cavaco, medrou toda a sorte de gatunos, e que à conta dos pacholas, conseguem o feito de um presidente, um governo, uma maioria e sem pedra na consciência, toca a roubar.
Esta história mostra que já se vai em vassalagem ao “Futungo de Belas”, prova mais do que evidente de que as elites desta pátria, que correm por Belém, pelas Necessidades e alguma por São Bento, são pouco mais do que puxa-sacos, ladrões e vigaristas, e que quem vota neles, nunca irá além de burro de carga.
Se julgais que isto se resolve com um Zé do Telhado, estais enganados. Não chega roubar aos ricos para dar aos pobres. A puta da caridadezinha nunca foi solução para coisa nenhuma, meus santos.
Abram o olho, que vai sendo tempo.

1 comentário:

Anónimo disse...

No que respeita às tais personagens do "gamanço" e outras que tais, está tudo dito e tudo visto, meu caro. Quanto ao abrir o olho, não vale a pena: eles vão-nos ao c...mesmo sem a gente o abrir...