Augusto Alberto
Que importa o punhal na concubinagem com Kadafi, que agora resfolga pelo deserto vidas e estruturas, desde que os oleodutos sem mantenham intactos? Liberdade e democracia são solfejo, mas os factos correm a favor do senador Ed Markey: “nós estamos na Líbia pelo petróleo”. E por ele correram, também, a Tripoli, David e Sarkozy.
Agora que a lavagem ideológica fez uma pausa, quero aqui lembrar que a 11 de Setembro de 1973, deu-se mais um passo no aprisionamento das Américas, com nova parcela da Operação Condor.
11 de Setembro de 1973 foi o fim sangrento da democracia no Chile. Pouco antes, os Estados Unidos lançaram as suas reservas de cobre no mercado mundial, fazendo com que caísse rápida e drasticamente o preço do principal produto chileno de exportação. Dificilmente as reformas sociais de Allende teriam sucesso. Ficou uma, muito feliz. Fez com que todas as crianças chilenas recebessem gratuitamente meio litro de leite, todos os dias, até aos oito anos de idade, porque, até então, lambiam, só, o ranho que lhes escorria do nariz.
Bateram-se tachos e panelas. Financiados pelos Estados Unidos, pararam os camiões e o jornal oposicionista El Mercúrio conspirou. A tenebrosa 4ª frota fundeou frente a Valparaiso, e o golpe foi rápido e violento, com o bombardeamento aéreo do Palácio de La Moneda, com precisão cirúrgica, por um grupo de acrobatas aéreos norte-americanos, que foram ao Chile na operação UNITAS, sob o pretexto de montar um espectáculo aéreo, no dia da Independência Nacional, 18 Setembro. Morreram milhares em todo o Chile e já se sabia, como se comprova, quem iria bombardear o Palácio de La Moneda e que democracia estava lá dentro.
Nixon e Pinochet morreram, mas ainda andam por ai Carlluci e Kissinger. Se Setembro é mês azarado, então declare a ONU, Setembro, como mês Internacional contra a gula e cobiça, porque em Setembro de 2011, os aviões da NATO continuam a matar por causa do petróleo. Peça a ONU ao TPI, o tribunal que só caça perdedores, que julgue, Carlluci e Kissinger, Cameron, Sarkozy e Obama, também o seu secretário-geral, Ban-Ki – Moon, como colaboracionista.
Heinrich Böll, prémio Nobel de Literatura de 1972, perguntou em 1973: “quem foi libertado de quê através desse golpe? a legalidade foi rompida… e a queima de livros foi declarada como virtude”.
Como é tão actual!
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